Futuro do cacau do Brasil é promissor, mas políticas públicas precisam ser colocadas em prática o mais rápido possível

Publicado em 10/06/2024 10:12 e atualizado em 10/06/2024 10:58
Vice-presidente da ANPC destaca necessidade de todos elos do setor olharem para a mesma direção e ampliar oportunidades com bons preços

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O momento ainda é de ajustes para o mercado do cacau. Depois de passar por um período significativo nos preços, o produtor aproveitou o bom momento para garantir investimentos e o setor vislumbra um cenário promissor para o Brasil nos próximos anos. Apesar de positivo, é preciso também que o setor caminhe com todos os elos da cadeia na mesma direção. 

De acordo com  Eunice Gutzeit - vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), o bom momento nos preços devolveu ao Brasil um novo patamar de produção e com a busca nos viveiros mais aquecida, a tendência é de aumento na produção nos próximos anos. A vice-presidente destaca, no entanto, que é importante que políticas públicas eficientes sejam colocadas em práticas para que de fato o Brasil se torne autossuficiente e avance também no mercado internacional. 

"De forma geral, estamos diante de um cenário promissor, com a expectativa de alcançar uma produção de 400.000 toneladas até 2030, atendendo tanto o mercado interno quanto visando a exportação. No entanto, é crucial que estruturemos o setor com políticas públicas adequadas e um planejamento consistente, a fim de atender às diferentes demandas de cada região", disse ao Notícias Agrícolas. 

Acrescenta ainda entre os trabalhos que precisam ser feitos para avanço do setor estão: coleta de dados em todas as origens produtoras, com o objetivo de impulsionar as decisões relacionadas ao aumento da área de plantio, levando em consideração a oferta e o comportamento do mercado consumidor. 

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"Dessa forma, evitaremos um eventual excesso de produção no futuro e a desafasagem nos preços, especialmente diante da entrada de grandes empresas com alta tecnologia e agricultura de precisão, o que pode prejudicar a competividade dos pequenos e médios produtores", afirma. 

Eunice é enfática ao dizer que todos os atores envoldidos precisam se adaptar ao novo modelo de produção, que envolve alta produtividade, uso de tecnologias avançadas e possibilidades de verticalização. 

"A falta de definição de políticas públicas para o setor tem sido um desafio para os produtores nacionais. Eles veem a expansão abrupta das áreas de cultivo, geralmente liderada por empresas capitalizadas e com assistência técnica, como uma ameaça. Enquanto isso, os produtores individuais enfrentam dificuldades, como a falta de crédito, assistência técnica e incentivos governamentais. Eles se veem obrigados a competir com empresas multinacionais, que possuem vantagens especiais, como a facilidade de importar amêndoas", complementa. 

Até 2030

A expectativa é que até 2030 o Brasil esteja produzindo aproximadamente 400.000 toneladas, atendendo assim o mercado interno, mas também visando a exportação e reconquistando seu espaço no mercado internacional. 

"Além disso, temos o plano Inova Cacau, que está prestes a ser implementado, com ações que beneficiarão os principais biomas produtores. No entanto, é crucial que estruturemos o setor com políticas públicas adequadas e um planejamento consistente, a fim de atender às diferentes demandas de cada região. Isso inclui a coleta de dados para o setor, a fim de embasar as decisões relacionadas ao incentivo ao aumento da área de plantio, levando em consideração a oferta e o comportamento do mercado consumidor. Dessa forma, evitaremos um eventual excesso de produção no futuro e a defasagem nos preços, especialmente diante da entrada de grandes empresas com alta tecnologia e agricultura de precisão, o que pode prejudicar a competitividade dos pequenos e médios produtores", complementa. 

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Por:
Virgínia Alves | Instagram: @imvirginiaalves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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