Recebimento de cacau nacional aumentou 42% em setembro em relação ao mês anterior

Publicado em 17/10/2022 10:58
Já frente ao mês de setembro de 2021 houve um recuo de 27,2%, passando de 20.879 toneladas para 15.201 toneladas.

O volume recebido de amêndoas nacionais aumentou 42% no mês de setembro frente ao recebido em agosto, passando de 10.703 toneladas para 15.201 toneladas. Na comparação de setembro desse ano com o mesmo mês no ano anterior, houve uma queda de 27,2%, já que no mês de setembro de 2021 o volume recebido foi expressivamente superior do verificado em 2022, com 20.879 toneladas. “A safra temporã de 2021 teve resultados muito positivos, que persistiu mesmo após o encerramento do período. Agora em 2022 os números estão relativamente estáveis, talvez demonstrando que a recuperação da produção está se consolidando”, explica a diretora-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de cacau (AIPC), Anna Paula Losi. Entretanto o acumulado dos nove primeiros meses de 2022, ainda apresenta um recuo mínimo, se comparado com o ano anterior, de aproximadamente 0,03% de acordo com os dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela AIPC. No período, foram recebidas 153.515 toneladas de amêndoas, ante 153.559 toneladas no mesmo período de 2021.

Entre janeiro e setembro de 2022 a moagem de amêndoas ficou em 165.356 toneladas, um recuo de cerca de 1% em relação às 166.968 toneladas do mesmo período anterior. Na comparação entre agosto e setembro, o volume processado cresceu 0,02%, passando de 19.693 para 19.697 toneladas. Na comparação com setembro de 2021, houve um crescimento de 10,1%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 17.889. “A moagem no mundo tem sofrido reduções em razão na instabilidade econômica global. No Brasil não é diferente, mas ainda que ainda estejamos com um volume menor do que no ano passado, a perspectiva é que volume de moagem se aproxime da média dos últimos cinco anos, que é de 220 mil toneladas” pondera Anna Paula.

Em setembro não houve importação de amêndoas, sendo que o acumulado até agosto foi de 11.034 toneladas ante 46.757 toneladas importadas entre janeiro e setembro de 2021. Anna Paula afirma que “com os resultados positivos da safra a necessidade por cacau importado tem sido reduzida, e a perspectiva é que nos próximos anos essa queda na importação seja ainda mais forte”.

As exportações de derivados, que atendem principalmente os mercados dos Estados Unidos, Argentina e Holanda também recuaram no acumulado do ano, passando de 40.656 toneladas em 2021 para 37.462 toneladas nesse ano, queda de 7,9%. A diretora da AIPC informou que “o cenário global de retração na Europa e EUA e a crise na Argentina tem impactado negativamente na exportação de derivados”

Recebimento por estado

O recebimento de amêndoas por estado teve como destaque o volume enviado pela Bahia, de 98.044 toneladas no acumulado deste ano, houve um recuo de aproximadamente 9,7% em relação às 108.621 toneladas de 2021, em seguida veio o Pará com 48.954 toneladas, cujo volume cresceu 23% em comparação às 39.778 toneladas do mesmo período de 2021, seguidos por Espírito Santo com 4.949 toneladas ante 3.738 toneladas, alta de 32,4% e Rondônia com 1.257 toneladas ante 1.387 toneladas, queda de 9,4%. Na comparação entre agosto e setembro, o recebimento de amêndoas foi maior em três dos quatro estados, com exceção de Rondônia que passou de 125 toneladas para 121. De todo modo entre as quatro principais regiões a Bahia continua apresentando o maior valor de entregas para indústria, 11.335 toneladas, frente a 3.866 das demais regiões.

Análise do mercado internacional

De acordo com o analista da StoneX, Caio Santos, durante o mês de setembro, os futuros de cacau negociados em NY encerraram o mês de setembro em tom negativo, pressionados por conta da perspectiva da desaceleração da demanda global, haja vista forte possibilidade de recessão em polos importantes de consumo como EUA e Europa.

Os preços abriram o mês na região de US$2.413 por tonelada para o contrato de dezembro, e encerraram em US$2.354 por tonelada, marcando queda de 2,45%. A variação modesta não reflete por completo o desenrolar dos preços no período, já que o cacau chegou a marcar uma retração de US$221 por tonelada na mínima do mês. Na última semana de setembro, contudo, o alívio na percepção de risco nos mercados globais permitiu ao cacau uma recuperação de 4% nos preços. “A perspectiva para o ciclo corrente 22/23 (iniciado agora em outubro) ainda sugere que os preços do cacau devem caminhar em trajetória altista nos próximos 12 meses, haja vista as projeções de déficit entre 45 e 55 mil toneladas”, afirmou.

Contudo, de acordo com Santos, parece pouco provável que o cacau apresente grandes recuperações de preço nos próximos meses caso as crises econômica e inflacionária, especialmente no continente europeu, continuem pesando sobre as projeções para a demanda. O analista afirma que os dados de esmagamento do terceiro trimestre de 2022, programados para este mês de outubro, devem trazer mais luz sobre esses pontos.

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Fonte:
AIPC

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