Venda direta por redes sociais tem sido uma das soluções ao escoamento de HF
A fim de conter o avanço da covid-19 no Brasil, o período de quarentena trouxe grandes desafios a toda a cadeia produtiva de alimentos. O fechamento de escolas e bares, redução (ou paralisação) das atividades em restaurantes e operações limitadas em varejos de menor escala (feiras), importantes canais de escoamento de frutas e hortaliças, enfraqueceram a demanda e elevaram as perdas de produtos, especialmente dos mais perecíveis – prejudicando fortemente de pequenos a grandes agricultores.
Momentos de crises também são de oportunidades e foi neste cenário de incertezas e de dificuldades que diferentes canais de distribuição e de comercialização de frutas e hortaliças se reinventaram, para "driblar" a quarentena e continuar se conectando com compradores e consumidores finais – tema de destaque na edição de maio da revista Hortifruti Brasil. Dentre as alternativas utilizadas por vendedores está a comercialização direta por meio de aplicativos de troca de mensagens e redes sociais. Confira, a seguir, algumas delas:
A Cia das Hortaliças, localizada na região de Campinas (SP), tem aceitado pedidos dos consumidores via WhatsApp. Além da venda de seus próprios produtos, a empresa tem buscado hortifrútis de outras roças locais, para diversificar o portfólio aos clientes, oferecendo alimentos frescos e apoiando os demais hortifruticultores.
"Aproveitamos a estrutura que já tínhamos e nos adaptamos. Vimos esse momento como uma oportunidade, em que as pessoas estão adeptas a pedir hortifrútis de suas casas. Se o negócio se tornar viável no longo prazo, é uma excelente oportunidade de vender direto para o meu cliente final. Queremos ganhar confiança, oferecer produto de qualidade e serviço de primeira, para fidelizar esses clientes" - Luis Felipe Tiene da Silva, um dos responsáveis pela Cia das Hortaliças.
A adaptação repentina à nova realidade foi o grande desafio dos produtores Márcia e William Costa, que cultivam pitaia (ou pitaya), uva e diferentes variedades de maracujá em Jandaia do Sul (PR). Após a significativa redução de pedidos por parte de seus dois principais clientes – um deles prejudicado pela paralisação das atividades turísticas em Foz do Iguaçu –, o casal alterou a dinâmica de comercialização: suspendeu a venda direta na propriedade, mas ampliou a divulgação de seus produtos em redes sociais, como Facebook e WhatsApp, e passou a entregar a domicílio, inclusive em outras cidades (algo que não acontecia, até então).
“Eu já utilizava as redes sociais como forma de divulgação, mas tive que ampliar meu nicho de mercado para evitar perdas ainda maiores. Passei a entregar as frutas em outras cidades e acredito que isso tenha aberto portas, pois temos recebido cada vez mais pedidos de outros locais, já que um cliente indica para o outro” - Márcia Costa, produtora.
Além de produtores, atacadistas e pequenos varejos também estão se reinventado para escoar parte de sua mercadoria diretamente para o consumidor, via pedidos por redes sociais.
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