Conab: chuvas diminuem oferta de hortaliças e preços sobem no atacado em janeiro
As chuvas do início deste ano provocaram aumento nos preços das hortaliças em janeiro nas principais nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País. A avaliação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira, 18, o segundo Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) de 2020.
Conforme a Conab, o tomate chegou a registrar alta de 95% em Vitória (ES) e de 87,39% em Recife (PE). "A oferta do produto diminuiu de forma acentuada nos mercados em janeiro deste ano, o que influenciou na alta", diz a estatal.
A pesquisa considera, além do tomate, outros quatro produtos (cenoura, cebola, batata e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Outra importante hortaliça para o consumo dos brasileiros, a batata chegou a custar R$ 2,58 o quilo no atacado da capital de Pernambuco, uma elevação de cerca de 38%. "A oferta do tubérculo também está reduzida, uma vez que as chuvas aumentam a incidência de doenças, diminuem o ritmo de colheita e ainda prejudicam o escoamento da produção", explicam os técnicos da Conab.
Com isso, a tendência para o mês de fevereiro é que os valores continuem em níveis elevados. Só na primeira quinzena deste mês, a Ceasa de Fortaleza registra preços 30% mais elevados. Comportamento seguido em Brasília, com alta de 27%, e em Belo Horizonte, com 15% de elevação.
A cenoura, cujo movimento de alta de preços foi unânime nos mercados atacadistas estudados, teve os maiores porcentuais próximos dos 40% e foram observados nas Ceasas que abastecem São Paulo (45%), Recife (44,59%) e Brasília (43,75%). "As chuvas constantes nesta época, prejudicam a colheita e a produtividade, influenciando nos preços", informa a Conab no boletim, salientando que os preços tendem a se manter em elevação em fevereiro.
Segundo a Conab, a alta de preço da alface ocorreu na CeasaMinas, de Belo Horizonte (26,02%) e na Ceasa/CE, de Fortaleza (15,56%). As intensas chuvas que ocorreram em várias regiões produtoras, especialmente em Minas Gerais na região de Belo Horizonte e no Espírito Santo refletiram na baixa oferta das folhosas. "No Espírito Santo este reflexo foi percebido nos preços de forma mais intensa no início de fevereiro", observa Conab.
Já a cebola mostra direção contrária. Com um comportamento atípico para o período, o bulbo foi comercializado com valores estáveis, ou até mesmo mais baratos em alguns atacados. "Um dos motivos para a queda nos valores é a boa produção registrada em Pernambuco, que contribuiu para um aumento de 30% da oferta no mercado", comenta a Conab.
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Conforme a Conab, a melancia ficou mais barata na maioria dos mercados atacadistas analisados em janeiro. A baixa procura pelo produto, por causa do tempo ameno e chuvoso e a menor qualidade da fruta, favoreceu a queda dos preços.
O mamão apresentou comportamento similar. A redução nos valores comercializados é reflexo da demanda mais fraca e pelas más condições climáticas tanto no cultivo quanto na colheita da fruta. "Para fevereiro, os preços devem se manter estáveis, uma vez que a oferta apresenta-se de forma ajustada mesmo com o registro de uma leve aquecida na demanda", diz a Conab.
A menor oferta da laranja impulsionou as cotações da fruta. "Janeiro marcou um período de entressafra da fruta e as cotações continuaram elevadas por causa da restrição de laranja de melhor qualidade, mais requerida pelo consumidor final", explica a Conab.
Segundo a Conab, a banana teve queda de preços nas Ceasas do Sudeste, muito por causa das chuvas e as dificuldades das operações logísticas. Mesmo assim, a banana nanica teve boa oferta no norte de Santa Catarina e no Vale do Ribeira (SP). Já a banana prata, em meio à entressafra em diversas regiões, teve queda da oferta, aumento da demanda e dos preços.
A maçã registrou aumento de preços e queda da comercialização na maior parte das centrais de abastecimento, com o fim dos estoques.
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