Citros: amplitude térmica durante a primavera demanda cuidados de manejo
Na primavera deste ano, as regiões Sul e Sudeste do Brasil estão passando por períodos de alta amplitude térmica, com dias de calor excessivo especialmente no mês de outubro. Essa condição, somada à estiagem nos meses de setembro e outubro, impactam diretamente na produção de citros nestas regiões. Para um bom desenvolvimento, o citros precisa ser cultivado em temperaturas médias entre 23°C e 32°C, segundo indica a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Quando o termômetro ultrapassa esses índices, o desenvolvimento dos pomares é prejudicado, ocasionando estresse fisiológico, que pode refletir em queda de flores e frutos.
Produtor de citros há quinze anos na cidade de Mogi Guaçu (SP), Luiz Fukugauti conta que o período de altas temperaturas coincidiu com a época de floração das plantas, afetando diretamente os rendimentos. “O sol queima muito as plantas, representando uma perda de quase 8% dos frutos nesse período. Por isso buscamos aplicar com maior frequência soluções nutricionais à base de aminoácidos e extratos vegetais, para tentar amenizar os efeitos das altas temperaturas. Os resultados obtidos são muito satisfatórios”, conta o produtor, que neste ano está produzindo tangerina morgote, tangerina ponkan e laranja lima em 155 hectares.
Segundo o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, Gerente Técnico especializado em hortifrúti da Alltech Crop Science, o principal ponto de atenção deve ser o bom atendimento às necessidades nutricionais da cultura durante todo o ciclo, mas em especial no período reprodutivo e desenvolvimento inicial dos frutos. “O boro, o cobre e zinco são nutrientes que participam da formação do tubo polínico, da fotossíntese e dos processos relacionados ao desenvolvimento dos frutos. O uso desses micronutrientes resultará na melhor fixação das flores e frutos. Além disso, um bom manejo de irrigação e o uso de produtos que promovam o equilíbrio hormonal da planta também contribuem para que os efeitos do estresse fisiológico impactem menos na produtividade”.
Como explica Revoredo, o citros é uma cultura muito sensível ao estresse fisiológico, por sua exigência em nutrientes. “As fases reprodutiva e de início de frutificação são as mais sensíveis às adversidades climáticas. Começamos a identificar alguns sintomas a partir da observação do aspecto da planta, com menor vigor no desenvolvimento e um enrolamento das bordas das folhas, demonstrando uma deficiência hídrica. Também é visível a queda acentuada das flores e frutos pequenos”. Segundo pesquisa feita pela Alltech Crop Science entre setembro de 2017 e dezembro de 2018 em Aguaí (SP), a suplementação nutricional com soluções ricas em aminoácidos promoveu aumento no índice de produtividade das laranjeiras em até 34,48%.
De acordo com Fukugauti, a prevenção é a melhor alternativa para os produtores evitarem os transtornos causados pelo estresse fisiológico. “Não basta agir apenas quando o problema já está instalado, é preciso se antecipar nos cuidados desde a pré-florada, com o manejo nutricional. Uma planta bem cuidada responderá melhor mesmo em períodos complicados”, afirma.
Soluções eficientes
Revoredo explica, ainda, que nos períodos de adversidades climáticas, a planta se desenvolve mais lentamente, exigindo a aplicação de nutrientes tanto na raiz e solo quanto nas folhas. “Além da utilização de micronutrientes, também empregamos nessa fase produtos que promovam uma melhor regulação do balanço hormonal da planta, como o Crop-Set, da Alltech Crop Science, com extratos vegetais e aminoácidos, que auxiliam na redução do estresse fisiológico e na melhor regulação do equilíbrio nutricional. Não temos como controlar o clima e a temperatura, mas fazendo um bom manejo geral da lavoura conseguimos diminuir bastante os efeitos destes aspectos”, finaliza.
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