Recuperar força da produção de cacau no Brasil é desafio, diz secretário-executivo ao abrir exposição
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento abriu nesta segunda-feira (29) a exposição “Ceplac: 62 anos de apoio à cacauicultura brasileira”, que apresenta as principais tecnologias desenvolvidas nos estados que abrigam os biomas da Amazônia e Mata Atlântica e os resultados alcançados na produção de cacau e chocolate no Brasil.
Na abertura, o secretário-executivo Marcos Montes destacou que um dos desafios do Ministério é recuperar a força da produção de cacau no Brasil. A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) é o órgão responsável pela promoção do desenvolvimento sustentável da cultura de cacau no Brasil. Desde 1957, a Ceplac desenvolve pesquisas científicas de melhoramento genético de cacau e presta serviço especializado de assistência técnica e extensão rural aos cacauicultores brasileiros.
Representando a ministra Tereza Cristina, o secretário-executivo afirmou que a atual gestão do Ministério começou com vários desafios pela frente, entre eles, o restabelecimento da produção de cacau. Montes enfatizou a importância da trajetória da cacauicultura no Brasil, que deve se estruturar e se adequar à uma nova realidade.
“Há um processo de renovação, de modernização, de construção de novas culturas. E o cacau, lamentavelmente, não por culpa do Mapa, mas por muitas circunstâncias do mundo, do Brasil, dos produtores, perdeu sua força, essa força que buscamos recuperar. É mais um desafio que a ministra tem ao lado dos seus secretários e nós iremos buscar realmente essa reconquista”, ressaltou.
Montes acrescentou que o Ministério está de prontidão para apoiar aqueles que querem investir no cacau. “O cacau agora precisa realmente de ter uma nova dimensão para que a gente possa não ser mais importador de cacau e sim um grande exportador de cacau que o mundo sempre respeitou.”
O secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo, também destacou a importância da Ceplac, como a instituição que mais detém conhecimento sobre cacau no mundo, e reconheceu as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, como a redução no número de servidores. Camargo ressaltou que é o Estado brasileiro deve encontrar uma nova forma de atuação dentro do contexto de restrições orçamentárias.
“A economia brasileira mudou, o Estado brasileiro não é mais pujante [como antes], o Brasil passa por uma questão fiscal grave e é difícil, hoje, fazer as coisas como antigamente. Então, temos que repensar a nossa forma de trabalhar, o Estado brasileiro tem que se repensar, olhar para dentro e ver uma forma de fazer mais com menos, acho que esse é o grande desafio hoje”, disse Camargo.
O diretor da Ceplac, Guilherme Galvão, relatou que o desafio é manter as pesquisas nas bacias da Amazônia, bioma originário do cacau, recuperar os níveis de produtividade da cultura no país e o enfrentamento da monilíase, uma nova praga que pode abater a produção de cacau do país, assim como ocorreu com a vassoura-de-bruxa, que dizimou as lavouras da Bahia, maior produtora do Brasil. Diante disso, o diretor da Ceplac informou que a comissão já tem desenvolvido, em parceria com outros países, clones de alta resistência e produtividade para formar variedades de cacaueiros tolerantes à monilíase.
“Nós temos o maior centro de pesquisa e o maior banco de germoplasma de cacau do mundo. E a próxima praga a atacar o cacau é a monília, que está a 20 quilômetros da divisa com o Acre e vai entrar com certeza”, afirmou Galvão.
Também participaram da cerimônia de abertura da exposição os secretários Orlando Leite (Comércio e Relações Internacionais), José Guilherme Leal (Defesa Agropecuária) e Jorge Seif Júnior (Pesca e Aquicultura), entre outras autoridades da Ceplac e do Ministério.
O evento lembrou ainda o aniversário de 159 anos do Ministério da Agricultura, completados neste mês de julho, e as datas de homenagem à agricultura familiar e ao produtor rural, celebradas nos dias 25 e 28 de julho.
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