Uva: Vale garante abastecimento interno e importações recuam
Nos últimos anos, principalmente a partir de 2014, novas variedades de uva têm sido introduzidas no Vale do São Francisco (PE/BA) – especialmente para garantir duas safras ao ano, diluindo os custos. Dentre as sem semente, que já estão mais consolidadas, estão arra 15 e sugar crisp no grupo das brancas e que são patenteadas por grupos internacionais, e a BRS vitória no grupo das negras, desenvolvida pela Embrapa. Em 2017, a maior parte dessas variedades entrou em plena produção.
Com o clima favorável (sem chuvas) no primeiro semestre de 2017, a maior presença dessas uvas sem sementes no mercado brasileiro limitou as importações no período – mesmo com a recuperação da safra e dos embarques do Chile, principal fornecedor de uvas de mesa ao Brasil. De janeiro a junho, o Brasil gastou US$ 34,6 milhões (FOB) com as compras totais, queda de 7% frente a 2016 – e o cenário pode se repetir em 2018, caso não sejam observados problemas na safra do Vale.
Apesar de os preços das variedades brancas sem sementes (arra 15, thompson e sugar crisp) no mercado interno, de janeiro a junho, terem ficado inferiores à média do mesmo período de 2016, quando a oferta foi reduzida por conta do clima, os valores recebidos ainda estiveram 65% acima dos gastos estimados para a produção de um quilo da fruta. No caso das uvas com sementes, a itália no contentor, que é ofertada o ano todo no Vale, foi comercializada à média de R$ 2,57/kg de janeiro a dezembro, valor 24% superior ao do custo de produção por unidade. Mesmo com a rentabilidade não tão elevada, a produtividade foi boa no período, de 26,3 t/ha por ciclo.
O quilo da benitaka embalada teve média de R$ 4,96 nos mesmos meses, valor 11% inferior à média de 2016, mas superior aos custos. Na soma total de 2017, as importações de uvas frescas somaram 24 mil toneladas, recuo de 13% frente ao ano anterior, segundo dados da Secex.
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