Preço recorde da maçã não deve se manter, mas produtor ainda terá retorno
A demanda de final de ano surpreendeu os produtores e como a oferta da nova safra só chega ao mercado a partir do final do mês, os preços ao longo de janeiro alcançaram patamares próximos dos R$ 2,00/kg ao produtor.
Segundo Pierre Nicolás Pérès, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), esses valores em janeiro foram surpreendentes “referência que dificilmente se atingiu no histórico da maçã”. Para fevereiro as cotações devem se estabelecer em torno de R$ 1,00 a R$ 1,10/kg ao produtor.
O presidente da ABPM afirma que “são preços remuneradores”, mas observa que os custos aumentaram muito, que o retorno ao produtor não será grande e que o aumento das cotações não será necessariamente aumento de lucro líquido.
Além da demanda aquecida no final do ano, o clima influenciou no desenvolvimento da nova safra, resultando em frutos menores e volume de fruta abaixo da safra passada. “Em 2015 a safra encerrou com produção de 1,18 milhões de toneladas e esse ano nossa expectativa é de ficar abaixo de 1,1 milhões” calculou Pérès.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra de Santa Catarina (AMAP), Salvio Rodrigues Proença, "o clima no inverno com pouco frio, depois geada e chuva na floração prejudicou a produção".
O clima também fez com que os custos de produção aumentassem, "teve que ser realizada a polinização forçada e, além disso, houve aumento da incidência de doenças", ressalta o Proença.
De acordo com ele, no ano passado os produtores da região de São Joaquim-SC recebiam pela maçã cerca de R$ 0,80/kg a granel, e nos supermercados, que são os maiores compradores, os negócios saiam ao redor de R$ 5,00/kg. "Esses preços não chegam aos produtores".
Proença completa dizendo que "no geral os preços devem ser melhores este ano", mas avisa que com o carnaval "tendem a cair devido à menor procura para reposição".
Nesse início de 2016 nas Centrais de Abastecimento acompanhadas pelo Notícias Agrícolas até o dia 27 de janeiro, todas as cotações das maçãs apresentaram elevação, com exceção da maçã fuji que ficou estável na CEASA de Campinas-SP, cotada em R$ 4,16/kg.
Ainda na CEASA de Campinas, a maçã gala passou de R$ 4,16 para R$ 5,50/kg, subindo 32,21% em janeiro.
Aumento é o que verificamos também na CEASA de Belo Horizonte-MG, onde a maçã fuji registrou alta de 5,88%, passando de R$ 85,00 para R$ 90,00 a caixa de 18 kg. Já a variedade gala saltou 11,76% neste início de ano, estando cotada a R$ 95,00 a caixa de 18 kg.
Em São Paulo na CEAGESP as altas foram menores, para a maçã fuji de 1,71%, saindo de R$ 5,26 para R$ 5,35/kg. A maçã gala que no início do ano estava cotada em R$ 5,21/kg foi para R$ 5,14/kg, alta de 0,19%.
Para os presidentes da AMAP e da ABPM a safra 2016 da maçã gala será boa e quase igual ao ano passado, mas com tamanho inferior. Acreditam que a importação não será grande concorrente do produto nacional, com o dólar no patamar atual inviabilizando os negócios e que não haverá entrada de produto chinês no mercado.
Assista a entrevista de Pierre Nicolás Pérès,presidente da ABPM, clicando AQUI.
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