Parceria entre Sistema Farsul e Cepea mantém Indicadores do Arroz em Casca
Com o objetivo de continuar oferecendo ao produtor uma ferramenta de análise do mercado para facilitar sua tomada de decisões, o Sistema Farsul por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), firmou parceria com o Cepea- ESALQ/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) para divulgação do Indicador do Arroz em Casca, que passa a se chamar Indicador do arroz ESALQ/Senar-RS. O indicador completou em julho dez anos de divulgação ininterrupta e sua metodologia de acompanhamento para formação de preços é reconhecida e destacada pela cadeia do arroz.
Para o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, a manutenção do indicador é importante por tratar os números com credibilidade para não desqualificar o custo real de produção. “Não poderíamos deixar um vazio sem números para o produtor balizar suas decisões”, acrescentou. Sperotto também revelou que a parceria também será aproveitada para acompanhamento pelo Cepea-ESALQ/USP da lavoura de trigo no Estado, com a criação de um indicador específico para a cultura.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, afirma que a continuidade do indicador é importante pela segurança que dá ao setor com a divulgação de informações transparentes e coerentes com base em uma metodologia já conhecida. “O Sistema Farsul mostra seu compromisso com o setor arrozeiro e com o setor produtivo como um todo”, salienta.
O diretor comercial do Irga, Tiago Barata, lembra que o acompanhamento do Cepea é reconhecido pela cadeia produtiva e apresenta uma metodologia consolidada, servindo como referência para o embasamento de negócios. O economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz, observa que o número de compradores de arroz é pequeno em comparação aos milhares de produtores e a ausência de um indicador poderia gerar assimetrias na formação do preço-referência.
O representante do Cepea, professor Lucílio Rogerio Aparecido Alves, informou, durante a entrevista nesta quinta-feira, dia 06, que para a formação do indicador a instituição conta com 160 agentes cadastrados no RS que repassam informações sobre as negociações. Segundo ele, atualmente é realizado o acompanhamento de 27 cadeias agroindustriais.
O presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz do Ministério da Agricultura, Francisco Schardong, destacou que a parceria entre a Farsul e o Cepea “é um exemplo importante para o Brasil e uma proteção da cadeia como um todo”.
Com o fim da participação da Bolsa Brasileira de Mercadorias/BM&FBovespa havia o risco de término do indicador, deixando o produtor sem um balizador para suas negociações. A nova parceria garante a manutenção do acompanhamento transparente das oscilações do mercado. “É um termômetro debaixo do braço e agora teremos acesso integral e diário às informações”, observa o economista.
Os representantes do setor têm no Indicador um parâmetro confiável para medir o ritmo dos negócios, os preços, a liquidez e outras informações, munindo-se de elementos concretos para avaliar a adequação dos instrumentos de política pública – de preço, crédito, comércio exterior, além de ciência e tecnologia – e sugerir ajustes que se façam necessários para a sustentabilidade econômica do produtor rural e de toda cadeia produtiva do arroz no Estado.
Saiba mais
O Indicador do arroz é calculado com base em valores médios das regiões produtoras, ponderando-os pelos respectivos volumes de beneficiamento no ano anterior. O Indicador cumpre a importante função de sintetizar os movimentos do mercado, eliminando as assimetrias de informação entre os segmentos da cadeia produtiva. As mudanças tanto do lado da oferta como da demanda se refletem de imediato no Indicador de preços de determinado dia, o qual permite avaliar a performance dos agentes nas duas pontas do mercado, ao mesmo tempo em que os orienta quanto ao posicionamento quando as negociações são retomadas no dia seguinte. Produtores rurais e indústrias de processamento se beneficiam ao se balizarem num Indicador de preços imparcial, obtido com a participação e colaboração conjunta de ambas as partes.
Além do Indicador – que é uma média estadual refletindo o conjunto agregado da cadeia produtiva – médias regionalizadas, também são divulgadas. Elas são importantes para que, de um lado, produtores rurais possam avaliar se o preço vigente é suficiente cobrir os custos da atividade e gerar lucros com implicações na tomada de decisão quanto ao andamento da venda e da estocagem do produto. O beneficiador, por seu turno, examina os mesmos dados para decidir quanto à oportunidade de aquisição da matéria prima com que trabalha. Ambos simultaneamente podem examinar se cotações negociadas em sua região estão consistentes com as cotações observadas em outras regiões e na média do estado, considerando evidentemente a sazonalidade e as condições do produto e de pagamentos envolvidas em cada caso.
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