Preços do boi, suíno e frango apenas acompanham a curva sazonal
Embora contrariem todo o setor produtivo, as baixas de preço do boi, do suíno ou mesmo do frango (que mantém, como referencial, cotação registrada desde novembro, mas que, na prática, vem sendo comercializado por valores inferiores) devem ser entendidas como típicas da sazonalidade do mercado de carnes.
Sob esse aspecto, aliás, os primeiros 15 dias de 2020 apresentaram uma excepcionalidade não observada na curva sazonal. Ou seja: na média dos últimos 20 anos (2000/2019), o período foi iniciado com valor médio cerca de 6% superior à média do ano anterior. Neste ano o valor médio combinado das três carnes registra incremento de 17,2% sobre a média sazonal. Ou de 12% em relação à média de 2019.
Outro fato: pela média sazonal, é normal o preço de janeiro recuar cerca de 12% em relação aos valores praticados em dezembro do ano anterior, o melhor mês do exercício porque, devido às Festas, propicia preços mais de 20% superiores à média do ano anterior. Pois em 2020, apesar de terem recuado, os preços desta primeira quinzena do ano se encontram não mais que 6% abaixo da média registrada em dezembro.
O único senão dessa história é que o desempenho até agora observado vem sendo sustentado apenas pelo boi em pé e pelo suíno vivo. Este último fecha a quinzena com um preço 32% superior à média de 2019. Ou seja: frente a uma cotação média de R$90,61/arroba no ano passado, mantém agora (a despeito das baixas) valor muito próximo de R$120,00/arroba (bases: cevado terminado FOB granja no interior paulista).
Já a cotação do boi em pé apresenta ganho em torno dos 22%, visto que o preço médio de 2019, da ordem de R$165,67/arroba, fechou a primeira metade de janeiro/20 em pouco mais de R$202,00/arroba.
E o frango (que há 66 dias permanece com a cotação inalterada em R$3,20/kg mas, na prática, vem sendo comercializado com descontos que, agora, voltaram a crescer)? Com essa média, fecha a primeira quinzena de 2020 registrando decréscimo de quase 2% em relação a 2019, ano em que foi comercializado por um valor médio de R$3,26/kg.
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