Frango abatido: o melhor preço de todos os tempos; mas só nominalmente

Embora suas vendas tenham sofrido leve arrefecimento neste finalzinho de novembro, o frango abatido completa o décimo primeiro mês de 2019 não só com o melhor novembro de sua história, mas também com a melhor cotação nominal de todos os tempos.

Tal movimento foi, de certa forma, inesperado. Porque, após ter atingido seu pico de preços em abril, nos seis meses seguintes o frango abatido sofreu desvalorização praticamente contínua, só voltando a registrar breve reação em outubro passado. Ainda assim, sem alcançar os preços registrados entre fevereiro e julho. E novembro, tradicionalmente, não é mês de grandes resultados.

O inesperado veio por conta das outras duas carnes – a suína e a bovina, especialmente esta última. Tanto que, mero exemplo, o dianteiro bovino comercializado nos últimos dias no atacado paulistano chega a apresentar valorização de 70% em relação aos valores alcançados um ano atrás. E o carré suíno, outro exemplo, alcança, no momento, valor 50% superior.

O frango não chega a tanto. Considerado o produto resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo, a valorização anual registrada nos últimos dias gira em torno dos 25%. De toda forma, como foi dito acima, corresponde ao maior valor nominal alcançado pelo produto em todos os tempos.

Os dados preliminares sugerem que o mês será encerrado com um valor médio próximo de R$4,75/kg, resultado que representa valorização de quase 20% sobre outubro passado e de quase 13% sobre novembro de 2018 (o que, aliás, indica que os resultados atuais não têm nada de excepcional frente à efervescência atual do mercado de carnes).

Sob esse aspecto, aliás, é impossível ignorar que o recorde de preço ora registrado é apenas nominal. Pois, em valores reais, momentos bem melhores já foram experimentados. Por exemplo, em novembro de 2012 (sete anos atrás!) o frango abatido resfriado alcançou preço médio próximo de R$3,50/kg, valor que, deflacionado pelo IPCA do IBGE, corresponde agora a cerca de R$5,10/kg. Ou seja: apesar das altas recentes, o produto continua registrando preços reais decrescentes. Sorte do consumidor!