Vai o porco inteiro: EUA definem que exportadores devem reportar vendas de carcaças
Por Tom Polansek
CHICAGO (Reuters) - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) afirmou nesta segunda-feira que exportadores de commodities devem divulgar as vendas de carcaças de porcos, dando a autoridades e operadores mais detalhes sobre um aumento nas compras de carne de porco pela China, que tem agitado os mercados globais do setor.
As importações de carne suína pela China quase dobraram neste ano, à medida que uma doença fatal dizimou sua criação de porcos, elevando os preços da proteína favorita do país a máximas recordes. Suas aquisições de carnes bovina e de aves também aumentaram, uma vez que a China vasculha o mundo à procura de carnes que substituam os milhões de porcos mortos pela peste suína africana.
O USDA publicou um decreto com efeito imediato para especificar que exportadores devem reportar as vendas de carcaças suínas e bovinas, após seu Serviço Agrícola Exterior ter recebido consultas informais sobre o que precisa ou não ser declarado.
Anteriormente, exportadores tinham de relatar vendas de "cortes de carnes". Operadores e analistas afirmaram que a regra não deixava clara a inclusão de diferentes tipos de carcaças.
De acordo com analistas, a China, maior consumidora de carne de porco do mundo, está comprando carcaças de suínos dos EUA de empresas como a Smithfield Foods, do WH Group, porque as processadoras do país necessitam do animal inteiro.
"O relato e a publicação oportuna de dados de exportações agrícolas são fundamentais para o funcionamento efetivo dos mercados", disse o USDA em comunicado.
O USDA publica informações sobre as exportações de commodities do país semanalmente, o que pode alterar os preços futuros dos produtos agrícolas.
"Agora a regra é bastante clara", disse Dennis Smith, corretor de commodities da Archer Financial Services.
"Isso nos dará uma perspectiva melhor sobre as carnes na China -- de quanto porco eles realmente precisam."
Os embarques de carcaças dos EUA para a China começaram em junho, após a Smithfield Foods, maior processadora de carne suína do mundo, reformular uma unidade na Virgínia para cortar porcos em três partes, visando exportações para a China em caixas. Os embarques atingiram um total de 78.390 toneladas até o final de setembro, ante 676 toneladas em 2017, de acordo com números do USDA.
A Smithfield não respondeu de imediato a um pedido por comentários.
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