Frango Vivo: Semana encerra com recuperação de preços em grande parte das regiões
Nesta sexta-feira (19), novas altas foram registradas para o frango vivo nas principais praças de comercialização. Em São Paulo e em Minas Gerais as cotações subiram novamente em R$ 0,05 e as referências para as duas regiões encerra a semana em R$ 2,80/kg. Nas demais praças, o cenário é de estabilidade de preços.
Após semanas de estabilidade, as cotações registraram altas consecutivas nos últimos dias, alavancados por um aquecimento na demanda – com exportações e aumento no consumo interno. O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que nos últimos dias as cotações subiram 12%, a maior alta da semana.
Em Minas Gerais, o cenário também é animador, visto que os preços subiram 9,80%. Já em Santa Catarina, a valorização foi de 6,69% e negócios a R$ 2,55/kg.
De acordo com o analista da Safras & Mercado, novas altas devem continuar sendo registradas, mas devem ser mais comedidas – devido a segunda quinzena do mês se historicamente de menor consumo.
Além disto, houve um enxugamento na oferta, que nas últimas semanas vinham registrando aumento. O Cepea apontou que também foi registrado uma melhora no consumo. “Os preços elevados da carne bovina no contexto de dificuldades macroeconômicas do País também fomentam a demanda pelas substitutas mais baratas, reforçando a fundamentação de alta do frango”, apontam.
Os custos de produção também refletem neste aumento de preço, visto que é necessário ajuste nas margens dos avicultores. O presidente da Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná), Domingos Martins, aponta que novas altas devem continuar ocorrendo. “O impacto do preço do milho é muito grande. Somos a cadeia produtiva que mais consome a cultura. Não tem como não repassar”, diz Martins.
Em janeiro, o índice de custo de produção da Embrapa Suínos e Aves teve nova elevação. Houve um aumento de 7,98% na comparação com dezembro de 2015, chegando aos 216,83 pontos. Em um ano, a alta nos custos de produção é de 22,64%. A nutrição é fator que apresenta maior alta, de 7,31%.
Leilões
Nesta semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou mais dois leilões de estoques públicos de milho, para atender o setor de proteína animal. No total foram negociadas 76.436,625 mil toneladas, das 150 mil toneladas ofertadas, o equivalente a 50,96%.
Além deste, novos leilões estão programados para acontecer na próxima semana, no dia 23. A companhia deve ofertar 150 mil toneladas do cereal em duas operações, com valores iniciais de R$ 23,40 pela saca de 60 kg.
» Milho: Leilões da Conab negociam 50,96% do volume ofertado e tem preço máximo de R$ 35,10 a saca
» Leilão: Conab oferta mais 150 mil toneladas de milho na próxima terça-feira (23)
» Milho: Leilões da Conab terão preços iniciais de R$ 23,40 a saca
Exportações
Na segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trouxe números parciais de embarques de carne de frango in natura em fevereiro, que continuam registrando crescimento. Em volume, as exportações chegam a 135,7 mil toneladas, com média diária 17,0 mil toneladas.
Comparando a volume diário do mês de janeiro, o crescimento é de 18,5% no período, enquanto que em relação a dezembro de 2015 ocorreu aumento de 14%. Em receita, os embarques somaram US$ 184,7 milhões, em que o valor por tonelada ficou em US$ 1.361,0.
De acordo com o Cepea, caso o ritmo prevaleça, as exportações de carne de frango devem bater o recorde do mês de fevereiro. “Se mantida a média diária de 17 mil toneladas/dia apontadas pela Secex, sairão dos portos brasileiros cerca de 322,3 mil toneladas de carne de frango in natura em fevereiro/16, o que superaria com folga as 268,8 mil toneladas de fevereiro/11”, apontam os pesquisadores.
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