Suíno Vivo: Semana encerra com baixa de preços no Rio Grande do Sul
As cotações para o suíno vivo registraram mais um dia de estabilidade nesta sexta-feira (12). A semana foi de pouca movimentação devido ao feriado de Carnaval. Com isso, grande parte das praças de comercialização trabalhou com referências anterior, com exceção do Rio Grande do Sul. Já os embarques, registraram números positivos no início de fevereiro.
No início da semana, a ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) divulgou sua pesquisa semanal, que voltou a registrar queda, fechando a média de preços em R$ 3,14/kg. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, no estado as cotações cederam 1,26%.
Na pesquisa anterior, a referência já havia registrado baixa significativa no Rio Grande do Sul. Além da baixa aos independentes, os produtores integrados também registraram redução na média do estado, que passou de R$ 2,93/kg para R$ 2,91/kg. Ainda de acordo com a pesquisa, as cotações para a saca de milho continuaram registrando altas e elevando ainda mais os custos de produção. Nesta semana, a média de preços pagos pela saca de milho encerrou a R$ 36,50.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACSURS, Valdecir Folador, aponta que a demanda têm sido um dos principais fatores de pressão para o mercado. Além disto, os custos de produção continuam retirando margens dos suinocultores, após as fortes valorizações dos insumos. O presidente aponta que em um ano, as cotações cederam 15%, enquanto a saca de milho subiu em média 65% e o farelo de soja 26% maior.
» Assista a entrevista na íntegra com Valdecir Folador, sobre o mercado de suínos
O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, aponta que a demanda enfraqueceu ainda mais após o feriado de Carnaval e as expectativas são de baixa de preços para o curto prazo. “Como a demanda interna está fraca, o setor está cada vez mais dependente das exportações, que necessitam seguir aquecidas para evitar um quadro de pressão ainda mais acentuado” comenta.
Além da demanda enfraquecida, algumas regiões registram excesso de oferta. De acordo com boletim divulgado pelo Cepea, o problema é maior no Paraná. “A produção tem aumentado nos últimos anos e, recentemente, devido aos altos custos de produção, suinocultores – sobretudo independentes – têm adiantado a venda dos animais com peso próximo ao ideal para abate”, apontam os pesquisadores.
A situação também ocorreu em Santa Catarina. Segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, após a reunião da última semana os produtores passaram a ofertar menos animais nos últimos dias. "Trabalhamos com os produtores independentes para que essa oferta seja regulada. Acredito que no início do mês nós teremos uma melhor remuneração porque a oferta estará ajustada", explica.
Custos de produção
Já os custos de produção seguem registrando altas. Nesta semana, a Embrapa Suínos e Aves apontou nova alta no índice medido pela instituição – o ICPSuíno/Embrapa. Em comparação com dezembro de 2015, houve um aumento de 6,21%, após atingir 216,24 pontos. Em um ano, o aumento é de 21,90%.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou números parciais de embarques para o mês de fevereiro de carne suína in natura. Em cinco dias úteis, foram exportados 11,5 mil toneladas, com média diária de 2,3 mil toneladas. Se comparado o volume diário, o resultado é superior em 17,4% a janeiro e 88,1% com fevereiro de 2015.
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