Suíno Vivo: Com demanda enfraquecida, semana encerra negativa em grande parte das regiões
Após algumas baixas, as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis nesta sexta-feira (22). Nesta semana, em quase todas as praças de comercialização houve queda nas referências, enquanto os custos de produção seguiram como principal preocupação do setor. De acordo com analistas, a demanda está enfraquecida neste início de ano e há um aumento de oferta em algumas regiões.
O levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, mostra que São Paulo foi a praça com maior queda na referência – após semanas de estabilidade de preços. No estado, a baixa foi de 6,32%, em que a arroba suína é negociada entre R$ 73 e R$ 75. De acordo com a Scot Consultoria, em comparação com os preços de janeiro de 2015, a queda é de 11%.
No Paraná, a baixa também foi considerável. A praça registrou o recuo de 5,50%, com negócios a R$ 3,78 pelo quilo do vivo. Já em Minas Gerais e Goiás, segue o impasse entre suinocultores e frigoríficos, que por mais uma semana não chegaram a um acordo sobre a referência da região. A sugestão dada pela ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais) é de negócios a R$ 4,20/kg – o que representa uma baixa de 4,55% na semana.
No Rio Grande do Sul, a baixa foi de 2,75%, em que a pesquisa semanal divulgada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou para uma baixa de R$ 0,10 no valor médio pago aos produtores independentes, que fechou em R$ 3,53/kg. Veja no gráfico:
Em Santa Catarina, a bolsa de suínos divulgou nova referência de preços, que passa de R$ 3,45/kg para R$ 3,35/kg. Esta é a segunda baixa consecutiva registrada para o estado, que já encerrou a última semana com a região com maior perda. O cenário é preocupante para o estado, visto que os suinocultores já trabalham com referência abaixo dos custos de produção – que atualmente está em R$ 3,70/kg. De acordo com o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, os produtores estão com dificuldades para adquirir milho, devido ao grande volume de exportações do cereal.
“Nossa preocupação é que até o momento o suinocultor ainda consegue arcar com o milho na casa de R$ 43,00/sc, o problema é que se os preços subirem novamente, poderemos ter a oferta, mas o granjeiro não vai conseguir arcar com esses valores", explica Lorenzi.
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Segundo o Cepea, as constantes baixas para o valor do vivo e as valorizações de insumos – como farelo de soja e milho – reduziram o poder de compra dos suinocultores. Em São Paulo e Santa Catarina esta queda chega em até 40% se comparado com a parcial de janeiro do ano passado. O momento de pressão para as cotações se deve a demanda retraída neste início de ano, devido as dificuldades econômicas do país, além de existir um aumento de oferta em algumas regiões.
“Diante dos altos valores dos insumos, alguns suinocultores já consideram inviável manter a produção e, para não acumular prejuízos, têm elevado expressivamente o volume ofertado de animais, muitos deles com peso abaixo do ideal para abate”, apontam os pesquisadores.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) se reuniu com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para trazer soluções que possam ajudar o setor, visto que deve haver aumento de preços para as proteínas com os atuais custos de produção.
“Nós entendemos que o produtor deve ser remunerado adequadamente. Bons preços no milho ao produtor significam, também, uma boa safra. O que preocupa é a alta exagerada baseada em especulação. Em um momento crítico para nossa economia, com recessão já anunciada, aumentar custos de produção é penalizar não apenas quem produz, mas também a população consumidora. É uma inflação provocada não por problemas climáticos, mas pela ação de atravessadores”, destaca o presidente da ABPA, Francisco Turra.
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Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trouxe números parciais de embarques para a carne suína in natura na tarde desta segunda-feira. Até a segunda semana de janeiro – num total de 10 dias úteis -, foram embarcados 21,5 mil toneladas, com uma média diária de 2,2 mil toneladas.
Os dados são superiores a média registrada está acima em 25,8 % em comparação com o mês passado e também maior em 90,1 e relação a janeiro de 2015. Em receita, os embarques somam US$ 38,9 milhões.
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