Suíno Vivo: Com demanda enfraquecida, mercado encerra semana com baixa de preços nesta 6ª feira

Publicado em 18/12/2015 17:21

Nesta sexta-feira (18), as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização. Durante a semana, poucas regiões tiveram mudanças de preços – com alguns estados registrando baixa nas referências. A demanda enfraquecida para o período do ano foi o principal fator de baixa.

O boletim do Cepea, divulgado nesta semana, aponta que o mercado tem registrado comportamento atípico para o momento do ano, inclusive registrando queda de preços na primeira quinzena do mês. “As baixas refletem principalmente a demanda retraída de frigoríficos, que têm adquirido lotes de forma pontual, relatando vendas da carne no mercado interno abaixo do esperado até o momento. Como resultado, suinocultores registram relativa sobra de animais nas granjas”, apontam os pesquisadores.

Para o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, a situação econômica do país está influenciando no consumo da proteína, visto que a comercialização segue lenta. “Além disso, o mercado pode estar antecipando um movimento de retração na demanda previsto para ocorrer no início de 2016”, acrescenta Maia.

Segundo o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos de Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, as margens dos produtores estão bastante apertadas, em que os preços não estão reagindo, enquanto custos de produção subiram neste segundo semestre do ano. Para o presidente, a situação só não é pior, pois os embarques têm registrados números positivos em comparação com 2014.

Com as altas registradas para a saca de milho e também para o farelo de soja, além dos custos de energia elétrica, o cenário ficou ainda mais complicado para suinocultores. Segundo a Scot Consultoria, a relação de troca piorou em São Paulo, em que é possível comprar 7,33 quilos de milho com um quilo de suíno. A situação de deve a uma valorização de 30% para a saca em comparação com dezembro de 2014, enquanto as cotações tiveram desvalorização 12,2% na praça paulista.

Nos demais estados, a situação não é diferente. Em Santa Catarina, a saca de milho está valendo R$ 40,00 – segundo informações do presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi. No mesmo período do ano passado, este valor estava em R$ 34,80 pela saca.

Na última pesquisa divulgada pela ACSURS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), apontava que o valor médio para a saca de milho no estado fechou em R$ 32,75 para a semana. Há um ano, a saca estava valendo R$ 25,87 para os suinocultores.

Preços

De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apenas duas praças tiveram mudanças de preços nos últimos dias. Em São Paulo, a referência cedeu 2,48%, após a bolsa de suínos definir negócios em R$ 79/@ a 81/@ - o equivalente a R$ R$ 4,21/kg a R$ 4,32/kg.

Já no Rio Grande do Sul, os preços médios cederam 1,03% na semana. A pesquisa semanal da ACSURS apontou referência em R$ 3,85/kg para o estado. A referência anterior para a praça estava em R$ 3,89/kg. Veja no gráfico:

IBGE

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta terça-feira, o balanço trimestral de abates para suínos, que voltou a bater recorde. “No 3º trimestre de 2015 foram abatidas 10,18 milhões de cabeças de suínos, representando aumentos de 5,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior e de 5,5% na comparação com o mesmo período de 2014”, apontou a pesquisa.

» No 3º trimestre de 2015, abates de suínos e aves batem recordes, enquanto o abate de bovinos cai

Exportações

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou na última segunda-feira, resultados parciais de embarques para a carne suína in natura – até a segunda semana de dezembro. Em volume, foram exportadas 14,3 mil toneladas, com média diária de 1,6 mil toneladas. Em receita, a soma é de US$ 27,4 milhões.

Allan Maia aponta que caso a média diária atual se mantenha, é possível registrar embarques de carne suína “in natura” entre 30 e 34 mil toneladas. “Considerando os produtos industrializados, os embarques totais poderiam ficar próximos de 40 mil toneladas”, afirma.

Já Valdecir Folador, aponta que o balanço final do ano deve ficar de 50 a 60 mil toneladas em relação as exportações de 2014.

» Acesse as cotações na íntegra para o suíno vivo

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Tags:
Por:
Sandy Quintans // André Lopes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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