Greve de caminhoneiros coloca em alerta exportadores de aves e suínos

Publicado em 09/11/2015 11:25

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SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está em alerta com possíveis efeitos da greve de caminhoneiros iniciada nesta segunda-feira, temendo problemas no transporte de carne de aves e suínos e nas exportações, em um mês considerado crucial para o setor.

Grupos de caminhoneiros interromperam diversos pontos em estradas do país, em protestos contra a presidente Dilma Rousseff.

No primeiro semestre, outra paralisação de motoristas gerou prejuízos de mais de 700 milhões de reais para as indústrias de aves e suínos, segundo a ABPA.

"Agora é mais sério. Alguns mercados compradores, como Rússia e Leste Europeu, estão exigindo que tudo seja carregado até 20 de novembro ou no máximo até o fim do mês", disse à Reuters o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, temendo que a greve possa prejudicar as exportações.

O Brasil é o maior exportador global de carne de frango, contando com empresas como JBS e BRF.

Os importadores de países do Hemisfério Norte trabalham sempre com um cronograma intenso de compras antes que as baixas temperaturas do inverno congelem acessos portuários.

Segundo Turra, as empresas brasileiras temem "perder a grande oportunidade de recompor os volumes (que deixaram de ser exportados em meses anteriores) e fechar bem o ano".

Em outubro, os embarques de frango já haviam sido impactados por dificuldades operacionais no porto de Itajaí (SC), principal ponto de embarque deste tipo de carga, em função de chuvas.

Segundo Turra, a associação alertou a Presidência da República há 20 dias sobre os rumores de greve e seus potenciais impactos, pedindo uma solução negociada entre governo e manifestantes.

Um dos grupos organizadores da paralisação, o Comando Nacional do Transporte, que se organiza por redes sociais, disse que deseja a renúncia da presidente Dilma, na esteira do aumento dos custos de combustíveis e energia e com a recessão econômica.

(Por Gustavo Bonato)

Confira a nota oficial da ABPA

ABPA articula setor contra efeitos da Greve dos Caminhoneiros

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está articulando entidades e empresas associadas com o objetivo de traçar estratégias para enfrentamento dos efeitos da Greve dos Caminhoneiros, iniciada hoje em estradas de diversos estados do país.

Neste sentido, a entidade – que representa o setor agroindustrial da avicultura e da suinocultura do país – estabeleceu um comitê de crise, que realizará levantamentos dos impactos e efetivará medidas para viabilizar a entrega de insumos nas granjas, o transporte de animais para o abate e de produtos para distribuição no mercado interno e para as exportações.

A grande preocupação, conforme o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, é que se repitam os graves efeitos da última paralisação, ocorrida em fevereiro.  Na ocasião, cargas não puderam ser entregues, portos pararam, agroindústrias suspenderam abates e os estoques ficaram lotados.  Os prejuízos superaram R$ 700 milhões.

“O mês de novembro será crucial para o setor recuperar perdas com a primeira greve dos caminhoneiros, além da paralisação dos trabalhos dos fiscais federais agropecuários, ocorrida entre setembro e outubro.  Neste mês, grandes importadores, como a Rússia, elevam suas importações para formação de estoques para enfrentar o inverno, quando a atividade de portos é suspensa devido ao frio e ao gelo.  A paralisação tem efeitos perversos no setor e, neste momento, tememos que sejam ainda piores que os que sofremos no início do ano.  Esperamos, por isto, uma rápida ação por parte do Governo”, destaca Turra.

Diariamente, os exportadores de carne de frango embarcam, aproximadamente, 15 mil toneladas de frango, gerando receita de US$ 24,8 milhões.  De carne suína, são 2,7 mil toneladas diárias, com receita de US$ 5,5 milhões.

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Fonte:
Reuters + ABPA

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