Calor afeta produção de leite e gera mortandade de animais no Amazonas

Publicado em 16/09/2015 07:06 e atualizado em 16/09/2015 07:50

MANAUS - As altas temperaturas que atingem o Amazonas têm sido insuficientes para contribuir com a vazante dos rios. Ao mesmo tempo, o calor excessivo prejudica os pastos existentes em terra-firme. Como resultado, o setor primário, especificamente o segmento da pecuária, amarga prejuízos com a queda de 30% na produção leiteira, o aumento de 50% do custo de produção e o crescimento da mortalidade de animais. As informações são da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea). A instituição pleiteia, junto ao governo do Estado, um programa de concessão de linha de crédito emergencial com o intuito de manter o sustento dos animais nos municípios.

O presidente da Faea, Muni Lourenço, explica que no período do verão os pecuaristas amazonenses enfrentam dois problemas. O primeiro, é a produção dependente das áreas de várzea, quando as pastagens são criadas no local que é atingido pela cheia dos rios. Ele explica que desde 2012 as cheias acontecem em níveis anormais e a terra fica submersa por mais tempo, portanto, impossibilitada de uso produtivo. Esse fator gera a falta de pasto.

O segundo agravante, segundo o presidente, é a ocorrência de mortalidade nos rebanhos. Lourenço revela que devido a lentidão da vazante alguns criadores, em situação de desespero por falta de uma opção de pasto aos animais, transferem os rebanhos para a área que ainda está alagada e como o gado ainda está fraco, por falta de alimentação, morre atolado no local.

Lourenço conta que recentemente presenciou essa situação no município de Manaquiri, mas afirma que o quadro também se repete em outras cidades como por exemplo, Careiro Castanho e Autazes. “A situação fica mais grave porque temos uma produção muito dependente das áreas de várzea e nos últimos anos a vazante está mais lenta. Antigamente tínhamos seis meses de permanência na área de várzea, tempo que reduziu para três ou quatro meses”, comenta Lourenço

De acordo com Lourenço, até este mês é possível contabilizar uma queda na produção de leite estimada entre 20% e 30%, em comparação ao último ano, quando a produção foi de 20.175.000 litros, conforme o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

Porém, ao comparar os números de 2014 em relação a 2013, quando houve registro de 48.969.000 litros de leite, verifica-se a queda de 41% na produtividade. O Estado conta com 1,5 milhão de cabeças de gado e o município que tem a maior bacia leiteira é Autazes (distante 108 quilômetros), que tem um registro de 1,5 mil pecuaristas.

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Portal Amazônia

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