Mapa reconhece Mato Grosso como livre de peste suína

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconheceu Mato Grosso como estado livre de Peste Suína Clássica (PSC). Este ano a administração estadual, junto com a Associação dos Criadores de Suínos (Acrismat) e o Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa), instalou barreiras sanitárias fixas nas fronteiras para evitar a entrada de animais contaminados. Essa era a única exigência que faltava para alcançar este status. 

O próximo passo é buscar o reconhecimento internacional na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para que o Mato Grosso possa vender carne suína ao mercado internacional. “Essa conquista representa um grande avanço para o desenvolvimento econômico do estado e só foi possível graças ao trabalho realizado em conjunto. Mostra que, quando existe alinhamento para o objetivo comum, é possível fazer as coisas de maneira correta”, comemora o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Seneri Paludo. 

A previsão é que o Mapa apresente à OIE, ainda este mês, um relatório completo que será analisado por um grupo de especialistas na doença, selecionado pela organização mundial. Uma vez aprovado, o documento passa pelo crivo da Comissão Científica da OIE. O resultado deve ser divulgado durante a Assembleia Mundial que acontece todos os anos no mês de maio. Os 180 países-membros fazem uma votação para decidir se a solicitação será ou não contemplada. 

O Mapa realizou três etapas de auditoria junto ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), para verificar o cumprimento das exigências. Na primeira, foi verificado se o Programa Sanitário de Sanidade Suídea seguia os padrões adequados. Neste caso, foram necessários alguns ajustes ao programa, como investir na capacitação dos profissionais que atuam na fiscalização. 

Nas duas últimas etapas, coube à Superintendência Federal de Agricultura (SFA-MT/Mapa) vistoriar os postos de fiscalização do Indea localizados nos municípios de Vila Rica e Guarantã do Norte. Na ocasião, foram conferidas as ações do Indea e a estrutura física para a execução dos trabalhos de vigilância veterinária no estado. 

Para o presidente do Indea, Guilherme Linares Nolasco, o Estado avança para a abertura de novos mercados. “Mato Grosso dá um passo à frente, a caminho da certificação que irá agregar valor ao mercado da carne suína. Cumprimos com tudo o que é exigido para o pleito. Investimos em qualificação dos servidores, em cadastramento de propriedades, sorologia, fiscalização”. 

Os parceiros do Estado atuaram de forma dinâmica em todo processo de fiscalização. A Acrismat na execução de treinamentos e locação da estrutura para o posto fiscal de Guarantã do Norte, e o Fesa que doou caminhonetes para a realização de barreiras volantes. Isso é um marco para a defesa sanitária. 

Mato Grosso é o quinto maior produtor de suínos do Brasil, com mais de dois milhões de cabeças, sendo que 1,6 milhões estão em granjas comerciais. Atualmente, 413 granjas comerciais são cadastradas no Indea. A população suídea foi atualizada durante o período da campanha de vacinação contra febre aftosa. 

O Indea realizou dois treinamentos para médicos veterinários, com apoio do Ministério da Agricultura e da Acrismat. O primeiro para monitoramento e controle populacional de suínos asselvajados, e um simulado de emergência sanitária animal para PSC. 

Além das entidades privadas, o Indea conta com o apoio da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) nas fiscalizações. Médicos veterinários do Serviço de Inspeção Sanitária Estadual (Sise) foram treinados para realização da colheita de amostra de sangue de reprodutor de descarte em frigorífico sob a inspeção estadual. Na esfera federal o procedimento já era realizado, agora as colheitas são realizadas no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Sise que abatem suínos.