Gripe aviária se espalha pela África Ocidental; ONU teme disseminação entre humanos
Por Chris Arsenault
ROMA (Reuters) - Uma cepa altamente contagiosa da gripe aviária está se espalhando pela África Ocidental, dizimando criações avícolas e causando o temor de que o vírus se espalhe das aves para humanos, alertou a agência de alimentos da ONU nesta segunda-feira.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mercados e fazendas na Nigéria, Burkina Fasso, Níger, Costa do Marfim e Gana foram afetados pelo vírus letal H5N1 ao longo dos últimos seis meses.
Se o vírus continuar a se espalhar, poderia afetar mais de 330 milhões de pessoas em toda a África Ocidental, prejudicando a segurança alimentar e a saúde humana em uma região que ainda se recupera da crise do Ebola.
"São necessárias medidas urgentes para reforçar a pesquisa veterinária e sistemas de informação de casos... para combater a doença na raiz, antes que haja disseminação para os seres humanos", disse Juan Lubroth, chefe da divisão de saúde animal da FAO, em um comunicado.
Só na Nigéria, desde o ano passado 1,6 milhão de aves foram mortas pelo vírus ou abatidas para impedir a sua propagação, de acordo com a FAO, o que prejudica a economia e tira dos cidadãos uma fonte relativamente barata de proteína. Outros países do oeste africano, incluindo Benin, Camarões, Mali e Togo, não identificaram casos de gripe aviária, mas precisam continuar a monitorar a situação para evitar a sua propagação, disse a FAO.
Segundo a FAO, a produção de aves cresceu rapidamente em toda a África Ocidental na década passada. Na Costa do Marfim, por exemplo, se expandiu mais de 60 por cento, mas os sistemas regulatórios não mantiveram o mesmo ritmo.
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