Apesar de baixa liquidez e demanda retraída, controle de oferta sustenta cotações do mercado de feijão
No início da semana, o mercado de feijão carioca manteve o comportamento previsto, com demanda estável, conforme destaca o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira. O feijão extra (padrão 9,5) teve destaque, com três cargas negociadas entre R$ 285,00 e R$ 290,00 por saca. O feijão padrão 8 (Sabiá e Dama) teve uma oferta maior, com quatro cargas oferecidas a R$ 210,00 – R$ 230,00, sendo metade vendida. O feijão comercial (nota 7,5) enfrentou dificuldades, com apenas uma carga vendida a R$ 190,00 devido a defeitos, apesar de ofertas em torno de R$ 200,00.
“A falta de lotes de feijão extra de alta qualidade (notas 9 e 9,5) indica escassez de produtos superiores, enquanto a demanda continua baixa, refletindo a pouca necessidade de reabastecimento. Essa situação é observada especialmente nas regiões produtoras, como Minas Gerais e Goiás, resultando em um mercado de baixa liquidez”, explica o analista.
De acordo com Oliveira, ao longo da semana, o cenário permaneceu estável. No Paraná, 19% da área plantada foi cultivada, com 93% das lavouras em boas condições. Os preços do feijão extra padrão 9 e 9,5 se mantiveram entre R$ 270,00 e R$ 290,00 por saca, enquanto o feijão comercial ficou com cotações de R$ 195,00 a R$ 210,00.
Ainda segundo o analista, com a aproximação do final da semana, a retração persistiu, tanto no atacado quanto nas regiões produtoras. “O aumento das ofertas e a cautela dos compradores, devido ao fraco escoamento no varejo, resultaram em vendas limitadas. Contudo, o pós-pregão registrou algumas movimentações, especialmente em contratos de entrega futura”, relata.
Feijão preto
Já o mercado de feijão preto, conforme Oliveira, começou a semana com preços firmes para lotes de melhor qualidade, em torno de R$ 410,00 por saca, enquanto o feijão de qualidade comercial foi cotado entre R$ 370,00 e R$ 390,00. “A oferta limitada, tanto nacional quanto importada, sustenta o mercado, com expectativa de ajustes de alta. Rumores indicam negócios pontuais fechados a R$ 360,00 em Mato Grosso e Goiás”, afirma.
A baixa liquidez continuou durante a semana, com transações limitadas nas regiões produtoras, especialmente no Paraná. Os preços do feijão comercial variaram entre R$ 310,00 e R$ 320,00, enquanto o de melhor qualidade se manteve entre R$ 370,00 e R$ 390,00. A demanda crescente e a atratividade dos preços estão incentivando investimentos na primeira safra 2024/25, especialmente em Santa Catarina.
Com o passar da semana, os preços do feijão extra de melhor qualidade se mantiveram estáveis, chegando a R$ 420,00 por saca na Zona Cerealista de São Paulo. No Paraná, os preços variaram entre R$ 320,00 e R$ 360,00 por saca FOB Ponta Grossa. O boletim da Emater/RS destacou o início do plantio da primeira safra 2024/25 no estado, com condições climáticas favoráveis beneficiando a germinação das lavouras.
O comércio exterior também teve um papel relevante, com exportações totais de feijão atingindo 161,57 mil toneladas entre janeiro e agosto de 2024. “O feijão comum, incluindo o preto, foi o principal responsável por esse aumento, com 72,65 mil toneladas exportadas, mais que triplicando em relação às 20,65 mil toneladas da temporada anterior. Essa forte demanda externa alivia a pressão sobre o mercado interno, que ainda enfrenta dificuldades na absorção do produto”, completa o analista.
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