Feijão, por Ibrafe: Cesta básica precisa de nova política de estímulo ao plantio
Apesar do feriado amanhã, os compradores continuam presentes nas regiões produtoras buscando encaixar o preço de compra às suas necessidades. Ontem, por exemplo, o mercado praticamente parou no Mato Grosso, em Goiás e em Minas Gerais. No Mato Grosso, o objetivo dos empacotadores é esperar o volume de colheita aumentar um pouco e tentar aproximar as compras a R$ 250. Vai ser uma queda de braço rápida, pois em 20 dias haverá o pico de colheita naquele estado e mais de 90% estará colhido na última semana do mês. “Se precisar comprar agora, um especulador, por exemplo, não pode perder tempo”, comentava um corretor de Cuiabá, experiente. “Depois que o produtor leva do campo para dentro do armazém, fica bem mais difícil dobrar esse produtor”. Em Minas Gerais, os empacotadores já estão atrás de informações do estado de São Paulo, uma vez que em Goiás também a maior parte já foi colhida e negociada e o restante armazenado. Também as lavouras do Paraná ainda não foram plantadas e já tem compradores em contato com produtores tradicionais para ter informações sobre quando eles pretendem colher os primeiros lotes, principalmente de Feijão-carioca. Poucos, até agora, demonstram preocupação com algo muito importante que é a diminuição da área do Paraná. Como mencionei aqui semana passada, é 13% menor do que o ano passado e mais de 40% menor em relação há 10 anos. Assim, não seria o momento de pensar em não somente buscar saber sobre quando colhe, mas, de alguma forma, alinhar a compra futura? Se não o preço, garantir liquidez para o produtor, caso ele decida aumentar sua área. Em Brasília, já há um movimento de algumas cadeias produtivas para sensibilizar o governo que seguir fazendo de conta que, se plantar soja, todos os problemas de abastecimento estarão resolvidos levarão a problemas inflacionários da mesma forma. Se não houver atrativo para o produtor na última linha da planilha para cultivos de Feijão, arroz, mandioca e demais itens da cesta básica, não adianta depois explicar para população que a balança comercial estará bem com a soja exportada. Mesmo o varejo ter proteína animal a preços mais baixos é excelente, mas não é tudo.
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