Ibrafe: Setembro inicia com boa demanda de Feijão-carioca e Rio de Janeiro segue como destino do pior produto
Setembro inicia com boa procura de Feijões em alguns polos de produção. O que mais reportou negócios ontem foi o estado de Goiás. A procura esteve maior, mas como produtores, em geral, não cederam nos preços, mesmo com pequenas diferenças de R$ 5 por saco, os negócios não rodaram. Produtores não escondem sua decepção com os preços praticados atualmente.
Diante de uma área menor plantada, era de se esperar um maior rally de preços, mas segue estável. Por outro lado, os empacotadores raciocinam que é um péssimo momento para pagar mais caro. Cada um tem seus motivos, mas não é segredo que muitos tem aí um percentual de interesse eleitoral. Com o posicionamento de um dos candidatos em franca oposição ao agro, muitos estão entendendo que é melhor não chamar a atenção. Apesar do discurso político, o que manda mesmo é o interesse econômico e, quando o consumidor aparecer no varejo, pagará o que for que determinar a oferta e a demanda.
Dois raciocínios podem ser de interesse relembrar agora:
1 – A safra é menor sim, mas está concentrada sua colheita agora. O simples fato de ter-se mantido ao redor dos R$ 280/310 já é motivo de satisfação.
2 – De onde vem a ideia que o preço é base São Paulo? Isso não existe há 20 anos.
Lembre que se você, empacotador, por exemplo, é do Nordeste e compra na Bahia, a outra alternativa seria comprar em Minas Gerais e Goiás e de lá o frete seria maior, portanto, a referência será em relação a Minas e Goiás e não em comparação ao Brás, em São Paulo. O mercado de Feijão-preto está complicando a cada dia lentamente.
Fica difícil encontrar Feijão-preto de qualidade, o que vai para pacote de T-1. Parte do Feijão comercial vai tranquilamente para o mercado que, na média, consome o pior Feijão do Brasil, o estado do Rio de Janeiro. 65% do volume lá vendido, segundo um representante antigo da região, é de Feijão “fraco, com todo tipo de defeitos”. É por esta razão que o MAPA pretende intensificar a fiscalização de qualidade naquele estado. As marcas que empacotam qualidade vibram ao saber, pois há décadas competir com qualidade naquele estado já quebrou muito empacotador bom.
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