Feijão, por Ibrafe: Lucro e bom senso não quebram ninguém
Estamos começando a viver a transição do abastecimento que estava concentrado nas lavouras de São Paulo para o Paraná. Coincidindo com a chegada do recesso de final do ano, há especulações de toda ordem. Há produtores que querem vender justamente nos feriados, esperando que, sem influência manipulada do Brás, em São Paulo, as cotações fiquem até acima dos valores praticados agora.
Por outro lado, há compradores que já disseram que este ano só vão guardar o dia de Natal e de Ano-novo e o restante do tempo será de trabalho. Temos que nos distanciar um pouco do turbilhão do dia a dia e analisar alguns pontos. Não se pode afirmar que haverá tantos milhões de sacas de Feijão e que o mercado derreterá. Também não é sensato esperar que os preços subam a níveis recordes se a safra começar ser colhida.
Olhando o histórico, tem-se que no início de uma safra, que já sabemos terá volume menor do que nos anos anteriores, os preços tendem a ser menores. Não faz sentido esperar que os os preços disparem justamente no início da colheita, salvo que o clima prejudique essa colheita. Normalmente, é no final da safra que o “cobertor fica curto”. O preço flutuará e vender quando houver compradores continua sendo sensato. Não espere para ofertar quando ninguém quiser comprar. Faça preço médio, lucro não quebra ninguém, portanto não se atenha aos comentários que sempre pregam que se você esperasse mais um pouco iria vender melhor. A vida real não é assim. Se você é novo na produção de Feijão, entenda que o bom senso é a melhor opção. Ontem, na parte da tarde, houve novamente mais negócios mantendo os preços no campo entre R$ 285 e R$ 300 por saca de Feijão-carioca.
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