Feijão-carioca: Por que produtores não podem especular?

Publicado em 05/10/2017 07:38

Os negócios realizados ontem apontam para uma indiscutível queda na média de preços em todo o Brasil. Observando a tabela abaixo, fica claro que os produtores entenderam que agora é hora de aceitar as oferta mais baixas.

Houve um recuo nos preços FOB em decorrência do período do mês não estar correspondendo às expectativas de volume de vendas. Quando isso ocorre, sobressai a tendência de acusar os produtores de serem gananciosos e especuladores, uma vez que, quando os preços reagiram, muitos preferiram aguardar que os preços chegassem mais próximos dos R$ 150.

Mas qual a razão para entender que o produtor não pode especular?

Todos os outros elos da cadeia têm a liberdade de manter maior ou menor nível de estoque ao analisar distintos momentos do mercado. Ganhar com especulação é parte do jogo. Se os produtores entendem agora que, diante de seus compromissos financeiros, precisam vender abaixo de seus objetivos iniciais, isso é parte deste mesmo jogo.

Ocorre que o inadmissível é que corretores, analistas, cerealistas e até mesmo outros produtores se comportem como analistas e conselheiros, instigando a não vender, esperando maiores altas ou mesmo buscando influenciar outros a “jogarem a toalha” e se desfazerem logo de seu produto. Este comportamento é imoral e desonesto. As decisões de todos precisam ser balizadas em dados e fatos, ainda que exista em nosso setor dificuldades em obter estes dados. Expor e discutir dados e perspectivas em conjunto é bem diferente de pressionar uns aos outros, utilizando o terrorismo como ferramenta de pressão.

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Fonte:
IBRAFE

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3 comentários

  • Jairo Ferreira de Sousa Salvador - BA

    Este foi um dos mais acertados comentários que lí nos últimos dias.

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  • Eng.° Agro.° Rodrigues, D. (DR CONSULTORIA) Itumbiara - GO

    Os produtores do Sul de Goiás, através de informações de pessoas sérias que lutam pela classe, além da troca de informações entre os próprios produtores de Goiás e de todo o Brasil, seguiram a estratégia de vender o feijão aos poucos. Isso. permitiu ajudar os preços ficarem da faixa de R$ 110,00 a R$ 140,00 mesmo quando se falava que iria para R$ 70,00 e R$ 80,00. Hoje, chegamos ao fim da safra praticamente com 2 a 4 % de estoques somente. Os produtores nesse momento já focam no plantio da soja e milho. Feijão agora só em 2018 !!!!!!!!!!!!!!!

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  • Eng.° Agro.° Rodrigues, D. (DR CONSULTORIA) Itumbiara - GO

    A todo momento vemos a tentativa de especuladores em derrubar os preços. Sempre divulgando que a próxima região produtora vai ter uma super safra. Hora foi o Mato Grosso, hora foi Santa Fé, hora foi Unaí, hora foi o Nordeste, hora foi a Bahia ( Todos depois confirmados com safras inferiores). E agora, como era previsto, já especulam sobre São Paulo dizendo ter uma área o dobro da verdadeira; E já começam o terrorismo também, sobre a área do Paraná que ainda está plantando . Tudo sempre vai ser uma Supersafra, escondem as áreas que perderam por calor e seca. Não divulgam que estas não tem capacidade de recuperação, escondem que 55 a 60 % da safra do Paraná é de feijão preto. Sendo assim, somente a união do produtor, trocando informações nas regiões produtoras permitirá que os preços fiquem em patamares mais justos para quem produz.

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    • Dinamerico Aguetoni Guaíra - SP

      Caro Rodrigues,

      Creio que está na hora de começarmos a nos reunir em busca de uma organização dos produtores através de uma associação Nacional.

      Temos que ser ativos e plantar essa semente.

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    • Eng.° Agro.° Rodrigues, D. (DR CONSULTORIA) Itumbiara - GO

      Com certeza esse é o único caminho !!! Só assim, poderemos ver os frutos de nossos trabalhos sendo valorizados no mercado. Poderemos dar apoio a toda a classe produtora de feijão.

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