Produção da ervilha cultivada em ambiente sob diferentes tensões de água no solo

Publicado em 28/09/2017 11:06 e atualizado em 28/09/2017 11:41

A ervilha (Pisum sativum L.) é uma espécie anual das zonas temperadas, com crescimento determinado para cultivares destinadas à produção de grãos e indeterminado para a produção de vagens comestíveis. É considerada excelente alimento por se destacarem, em sua composição, elevados teores de proteína, vitaminas do complexo B, além de minerais como cálcio, ferro, fósforo e potássio. Ela possui 18 a 35% de proteína, 35 a 50% de amido e 4 a 7% de fibra. O teor do aminoácido lisina faz com que seja um bom complemento dos cereais, em termos nutricionais.

A ervilha-verde é uma opção de produção para atender às novas demandas do mercado, sobretudo de produtos supergelados. Diferente da ervilha para produção de grãos secos, os quais são posteriormente reidratados e enlatados, as cultivares de ervilha-verde são próprias para a colheita de grãos, visando ao imediato congelamento e/ou enlatamento. O produto pode também ser comercializado na forma de vagens para debulhar ou de grãos debulhados, para consumo in natura.

Em geral, a ervilha é cultivada em regiões de clima temperado, mas também pode ser explorada nos trópicos, quando a altitude compensa a latitude desfavorável. É bastante tolerante a baixas temperaturas, embora possa ser prejudicada por geadas, sobremaneira na fase de florescimento e de formação de vagens. No Brasil vem aumentando o interesse na produção da ervilha (Pisum sativum L.) cultivada sob irrigação, de maio a setembro, em sistema de cultivo múltiplo. 

Em estudos de avaliação de cultivares e linhagens de ervilha realizados em Minas Gerais, as cultivares Jurema e Marina foram consideradas mais produtivas que a Mikado, pois renderam, na média de dois ensaios realizados em Uberaba e Viçosa, respectivamente 2,13; 2,11; 2,08 e 1,53 t ha-1 de grãos secos. Azevedo et al. (2002) mencionam que a região sul de Minas Gerais possui potencial de 200.000 ha de várzeas irrigáveis, que têm sido utilizadas principalmente na época das águas para o cultivo de arroz inundado. Essas áreas, devidamente drenadas e manejadas no período da seca, oferecem possibilidades de diversificação de culturas, com até duas ou mais colheitas anuais.

O cultivo de ervilha para produção de grãos secos é pouco exigente em água, pois o excesso prejudica a raiz e favorece o ataque de fungos do solo. Durante a germinação e a emergência efetuam-se irrigações leves e frequentes; a maior exigência hídrica ocorre nos estádios de florescimento e de enchimento dos grãos. No Brasil Central as irrigações são suspensas quando cerca de 50% das vagens apresentam grãos com tamanho máximo, o que ocorre por volta de 85 dias após a semeadura e, para a produção de grãos verdes, prolonga-se a irrigação até a colheita, resultando na produção de grãos mais tenros, medida que também retarda a conversão de açúcar em amido, obtendo-se ervilhas doces, que atendem à exigência do mercado para o processamento. O mesmo ocorre em culturas tutoradas para vagens comestíveis, com a manutenção da irrigação da mesma forma, inclusive ao longo do período de colheita.

Deste modo e a fim de suprir as necessidades hídricas das plantas de ervilha, o manejo adequado e eficiente da água no solo é indispensável no desenvolvimento vegetativo e na produtividade dos grãos desta cultura.

Na produção de hortaliças no Brasil, o cultivo em casa de vegetação tem sido muito utilizado para proteger as plantas das adversidades climáticas como, por exemplo, granizos, geadas e vento, entre outros, além de proporcionar aumento na produtividade e na qualidade de produtos. Por outro lado, a irrigação é prática obrigatória e o manejo racional da água deve ser considerado.

A deficiência de água de irrigação é um dos fatores mais limitantes para a obtenção de elevadas produtividades, sobremaneira no cultivo de hortaliças em ambiente protegido ou em campo.

Particular atenção deve ser dada ao déficit hídrico uma vez que, além de afetar significativamente a produção das culturas, sobretudo quando ocorre na fase de florescimento e, ainda, pode acarretar em decrementos no aspecto qualitativo, quando ocorre durante o período reprodutivo. Para garantir o sucesso do cultivo nas diferentes fases das culturas, as irrigações devem ser realizadas antes que a disponibilidade de água no solo seja reduzida a níveis que alterem o metabolismo das plantas e, assim, possam comprometer a produção.

Critérios para se estabelecer o momento da irrigação podem ser baseados em função do potencial de água no solo, sendo as culturas, em geral, mais sensíveis a baixos potenciais (mais negativos) em determinados estádios de crescimento que outras. Apesar disto, poucos estudos têm sido feitos para avaliar o momento ideal de se efetuar a irrigação na cultura da ervilha, razão pela qual se objetivou, nesta pesquisa, avaliar o efeito de diferentes tensões de água no solo aplicadas em dois estádios fenológicos (vegetativo e reprodutivo) da ervilha cv. Torta de Flor Roxa, cultivada em ambiente protegido.

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Fonte:
Agriambi

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