Uso de pivô central para irrigação do feijoeiro garante maior produtividade
A condição hídrica do solo influencia muito no rendimento do feijoeiro, como as deficiências e excessos de água, principalmente durante o período veranico, causando implicações diretas ao desenvolvimento da planta nos processos fisiológicos. Para garantir maior produtividade do feijoeiro, a irrigação por aspersão, especificamente pivô central, é a tecnologia mais indicada.
Alessandra Folador, produtora de feijão da Fazenda Bom Jesus, localizada nos dois municípios do Noroeste Mineiro – Unaí e Bonfinópolis de Minas, adotou a irrigação por pivô central, ela conta que “Além de garantir maior produtividade, inibindo estresse hídrico e permitindo a quimigação (aplicação de defensivos e fertilizantes diluídos na água de irrigação), permite investir na utilização de sementes de alto potencial e manejos que favoreçam uma alta produtividade”.
O Engenheiro Agrônomo, responsável técnico da COOPA-DF e da AGROCEN - Cláudio Malinski explica que a produtividade depende de vários fatores, como: modo de cultivar, época de plantio, nível tecnológico, adubação e manejo da irrigação.
“Devemos ter ciência da época correta de plantio, para que temperaturas extremas (tanto baixas como altas) não prejudiquem o desempenho da cultura. Escolha de variedades adequadas ao clima, também é um fator importante. Correta adubação do solo. E é imprescindível respeitar o vazio sanitário, para tentar amenizar a atuação de pragas”, diz o engenheiro agrônomo.
A irrigação por pivô central, assim como as demais, considera as necessidades hídricas de cada etapa fisiológica da cultura e a capacidade de retenção de água pelo solo.
Cláudio Malinski explica que a irrigação é feita mediante a aplicação de água imitando uma chuva, portanto a planta inteira é molhada. Para dimensionar um projeto e necessário prever a quantidade de água no período mais critico do ano (junho, julho, agosto).
Para cada estágio da irrigação e fase da cultura utiliza-se uma lâmina d"água que atenda às necessidades e, com isto, permite o desenvolvimento fisiológico absoluto da planta. Além disso, o sistema de irrigação favorece de forma potencial a aplicação de nitrogênio.
Os dados topográficos planialtimétricos são indispensáveis para elaboração de um sistema bem dimensionado visando melhor custo-benefício e um baixo custo fixo operacional.
As regiões que podem produzir feijão irrigado sob pivô central de baixa altitude e latitude são o Estado do Tocantins, algumas regiões de Minas Gerais, da Bahia e do Amazonas e os Estados do Piauí e Maranhão.
A propriedade Fazenda Bom Jesus adotou a irrigação por pivô central de feijoeiro e devido a essa tecnologia, é permitido agora ter uma safra de inverno, que seria impossível de outra maneira.
“A irrigação proporciona uma disponibilidade hídrica adequada para a planta, considerando sua fase fenológica e as condições climáticas, prevenindo perdas de safra e contribuindo para o aumento da produtividade”, conta a produtora de feijão.
O custo médio de investimento da irrigação da Fazenda Bom Jesus foi de R$ 11.000,00 por hectare, considerando a implantação do sistema todo (reservatórios, rede elétrica e pivôs). O projeto foi implantado há pouco tempo, a projeção é que haja inicio de retorno econômico num prazo de 3 a 5 anos. Tudo também depende do valor do produto no mercado.
Com a irrigação, já foi possível ver resultados, a produtora de feijão conta que a tecnologia garantiu anular as perdas sofridas com o veranico na safra de verão.
“Nos favoreceu ter uma safra de Inverno, pois aqui na nossa região chuvas não existem nesse período. Enfatizo aqui que o plantio de feijão não é feito de forma subseqüente nos pivôs. Nós sempre fazemos rotação de cultura, intercalando com pousio e plantio de adubação verde em toda a nossa área”.
Os valores praticados da última safra estão aquém do esperado, iniciaram em R$130,00 e a perspectiva, infelizmente, é baixa.
O engenheiro agrônomo recomenda que para irrigar, o mais importante é ter consciência do uso racional da água e que o pré-requisito seja a outorga e respeito ao meio ambiente.
“A partir do momento que se decide irrigar o mais importante é atender as necessidades fisiológicas da planta - água na medida certa, nutrientes, tratos culturais, colheita antes do período das chuvas, acondicionamento em embalagens adequadas, cuidados para não ter contaminação por pragas e doenças,” finaliza Malinski.
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