Campo argentino recebe apenas chuvas isoladas que não acabam com a seca

Enquanto a tarde de ontem (14) foi de chuvas e queda de granizo em Buenos Aires, os produtores dos Pampas úmidos da Argentina seguem esperando por volumes de maneira generalizada, uma possibilidade que, por agora, continua sem aparecer no horizonte.

Ontem, houveram algumas chuvas isoladas em partes do norte de Buenos Aires e em Entre Ríos que não deixaram mais de 10mm. Uma marca muito baixa, já que o campo exige um mínimo de 100mm para que a umidade dos solos seja recuperada. Ainda com essas chuvas, contudo, as perdas não iriam parar, já que alguns lugares já começaram a colheita com fortes quedas nos rendimentos. Apenas em locais muito pontuais é que os rendimentos são melhores.

Desde novembro do ano passado, quando parou de chover na região, algumas zonas passam por uma seca histórica. Os registros estão abaixo da média dos últimos 44 anos - para contraste, há lugares na província de Salta que acumularam, até o momento, 80mm a mais do que no ano passado.

"No centro do país ninguém reportou mais de 10mm. Foi muito variável. A seca não terminou e, por agora, são tempestades isoladas", disse Leonardo de Benedictis, meterologista, ao La Nación.

Para hoje (15), poderiam haver mais chuvas, mas estas também seriam isoladas. No final de semana, as chuvas devem chegar para o centro-leste do país. Para De Benedictis, essas chuvas podem ser "um princípio" de mudança no panorama atual, caso se mantenham.

Em um boletim recente, a Sociedade Rural Argentina (SRA) estimou que, por conta da seca, a colheita de grãos terá uma queda de 17%. "Enquanto no ano passado foram produzidas 125 milhões de toneladas, este ano seria de uma produção de 104 milhões", sinalizou.

Além disso, a venda externa de grãos e derivados teria uma queda de US$4,402 bilhões.

Tradução: Izadora Pimenta