Tempestade iniciada na Argentina avança para o Brasil nesta semana, com focos de até 200mm
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) publicou, em seu boletim de Perspectivas Agroclimáticas para Argentina e Brasil, divulgado ontem (9), as estimativas para a semana de 9 a 15 de março de 2017.
Uma tempestade que se iniciou na Argentina e agora se encontra no Uruguai estaria avançando para o Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul. A região norte do país, por sua vez, também deverá receber volumes bastante expressivos.
O início da perspectiva com os ventos do tŕopico causando temperaturas máximas elevadas e trazendo umidade para a maior parte da área agrícola brasileira, que registrará temperaturas máximas superiores a 30ºC, com focos de mais de 35º. Apenas o sudeste de Goiás, o sul de Minas Gerais, o norte e o sul de Sâo Paulo, o leste do Paraná, o centro de Santa Catarina e o norte e o sul do Rio Grande do Sul registrarão temperaturas máximas inferiores a 30ºC.
Paralelamente, dentro do período, chuvas abundantes a muito abundantes, com numerosos núcleos de tempestades localizadas severas deverão ocorrer sobre a maior parte da área agrícola do Brasil, com exceção de sua parte central.
De acordo com a estimativa, a maior parte da área agrícola brasileira receberá um bom número de chuvas que podem chegar a ser superiores a 200mm - principalmente no norte do país e em parte do Rio Grande do Sul - acompanhandas de ventos, raios e ocasional queda de granizo. Apenas o sul do Mato Grosso, o sudeste de Goiás e a maior parte dos estados de Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina registrarão chuvas moderadas - com mais de 10 mm - com alguns focos de valores escassos.
O meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo, aponta que as chuvas já começaram a se manifestar na região Sul deste ontem (8) e que elas são reflexo do encontro da frente fria com as altas temperaturas que vinham sendo registradas na região. Este movimento deve se apresentar mais fraco a partir de amanhã (10), mas no domingo (11), uma nova frente fria volta a atuar no sistema, provocando novamente as fortes chuvas na região.
Para a região Norte, Nascimento destaca que este movimento é normal para a época do ano, sobretudo pela influência das águas do Oceano Atlântico na Zona de Convergência Intertropical, que favorecem as chuvas na região. O meteorologista aponta também que as chuvas serão frequentes e que não devem cessar até o próximo mês.
A perspectiva também prevê uma queda de temperatura nas zonas altas de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, mas sem afetar o norte e o centro da área agrícola brasileira, que observará temperaturas mínimas superiores a 20ºC.
O sudeste do Pará, o centro do Mato Grosso, o norte do Paraná, o leste de Santa Catarina, o leste do Rio Grande do Sul, o sudeste do Tocantins, o sul do Piauí e a maior parte da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul registrarão temperaturas mínimas entre 15 e 20ºC.
O sudeste de Minas Gerais e a maior parte do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul observarão temperaturas mínimas inferiores a 15ºC, com focos em valores inferiores.
Argentina e Uruguai
A perspectiva aponta que os ventos do norte farão influência sobre a maior parte da área agrícola, trazendo abundante umidade atmosférica e nebulosidade, mantendo temperaturas máximas elevadas sobre o norte de área agrícola, enquanto o sul observará registros mais moderados.
Feira agrícola Expoagro, na província de Buenos Aires, após tempestade (Foto: Infocampo)
O norte da área agrícola argentina, a maior parte da área agrícola do Paraguai e o extremo oeste do Uruguai observarão temperaturas máximas superiores a 35ºC, com foco em temperaturas superiores a 40ºC.
Na zona núcleo, maior região produtiva do país, as temperaturas devem ficar entre 25ºC e 30ºC.
Río Negro, no Uruguai. Foto postada por Christian Garavaglia (@ChGaravaglia) no Twitter
Já o perfil de chuvas para a semana, que começou a mostrar as suas caras nesta quinta-feira (9), quando um forte temporal impediu a realização da Expoagro, feira que ocorre em San Nicolás de Los Arrojos, na província de Buenos Aires, avança agora para o norte da área agrícola da Argentina e para o Uruguai, onde fortes chuvas, com focos de tempestades intensas e precipitações superiores a 150mm, devem ocorrer ao longo de grande parte do país. Granizo, ventos e aguaceiros torrenciais também estão inclusos nesta conta.
O leste da zona núcleo observará chuvas moderadas a muito abundantes, de 25 a 75mm.
Centenas de hectares alagados
Embora o grande foco das chuvas tenha passado na Argentina, o centro-norte da província de Buenos Aires enfrentou um evento na última semana que trouxe danos para a produção de soja e de milho.
Durante o mês de fevereiro, foram registrados acumulados de 600mm. Com isso, as últimas chuvas complicaram a situação.
No sábado (4), o presidente da Associação Rural de Henderson (localidade afetada no centro-norte), Pablo Ginestet, disse ao jornal La Nación que, na região, "além de grandes perdas de cultivos - de soja, em especial - não sobra um caminho transitável". Ele também acrescentou que "nunca choveu tanto em fevereiro" e que "o desastre é muito grande".
O La Nación destaca ainda que, quanto à agricultura, não foi possível dar início na colheita de girassol e, para a soja e o milho, mais da metade dos lotes na zona se encontram afetados pelos alagamentos.
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