Onda de calor e falta de chuvas castigam safra de grãos da Argentina
Reservas hídricas do solo vêm diminuindo com falta de precipitações há 15 dias e altas temperaturas
Na América do Sul, depois de algumas preocupações com a safra do Brasil, o foco agora se volta para a Argentina. Importantes regiões produtoras do país vêm sofrendo com o clima intensamente seco e quente e os impactos já podem ser observados nas lavouras de soja e demais culturas de verão. Dessa forma, como noticiou o site argentino InfoCampo, as projeções para as colheitas já começam a ficar mais pessimistas.
"Com um golpe de calor na segunda quinzena de janeiro, as chuvas desapareceram e já ha regiões com sintomas graves nos principais cultivos. Uma das situações mais graves é registrada no nordeste de Buenos Aires, mas também são encontrados reflexos no sul de Entre Rios e Santa Fé, norte de Córdoba e Chaco, e no extremo norte da região conhecida como NOA (noroeste argentino)", informou a Bolsa de Comércio de Rosário.
Este é um momento chave para a produção de grãos na Argentina e, segundo o diretor do departamento climático da bolsa, José Luis Aiello, explicou que caso não haja uma mudança no atual padrão das condições entre 9 e 16 de fevereiro, as chuvas deverão ser muito escassas, se concentrando no norte do país. E o especialista também não descartou as repetições de ondas de calor como as últimas que vêm sendo registradas.
Aiello explicou ainda que as altas temperaturas aumentaram os valores de evapotranspiração e isso, aliado a chuvas escassas provocaram as consequências graves que vêm sendo observadas nas lavouras argentinas. "Há um anticiclone sobre o Atlântico, próximo das costas argentinas, que bloqueia a entrada de sistemas de baixa pressão e impedem a ocorrência de chuvas no país", diz.
Este anticiclone, ainda segundo o diretor, deve começar a perder sua força e se mover para o leste a partir desta quinta-feira (4) e sexta-feira (5), o que poderia fazer com que as chuvas entre 20 e 40 mm começassem a chegar às regiões dos Pampas. "Mas isso ainda não é o suficiente", diz.
Um informe da INTA (Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária) destacou ainda que "as reservas hídricas do solo para as culturas de verão têm diminuído em grande parte da área agrícola como consequência da ausência das chuvas e das altas temperaturas ocorridas nas últimas semanas".
As lavouras de milho, em sua maioria, se apresentam em bom estado até esse momento, encontrando-se nos estágios de crescimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Já na soja, as plantas estão na mesma fase, porém, as condições das plantações são muito irregulares, com áreas onde as plantas estão em boa forma e outras onde a situação é bem ruim.
1 comentário
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Vilson Ambrozi Chapadinha - MA
Ô! El Niño sacana!!! Pra nós, do meio norte do Brasil, pintava-se o caos, e veio, por enquanto, uma pintura de clima . Nunca nos ultimos 10 anos conseguimos plantar com um clima bom igual a este ano. Esperamos que o "menino" não apareça por estas bandas.
Aqui no Goiás graças a Deus choveu porque o calor estava demais e as nuvens de moscas brancas por to lados.