BOFA: tendência de sólida demanda global por carne brasileira deve continuar
A tendência de demanda global sólida por proteínas animais brasileiras deve continuar, apesar da perspectiva de queda de preços para alguns produtos, avalia o Bank of America (Bofa). Em relatório publicado nesta quarta-feira, analistas afirmam que as exportações de carnes do País mantiveram "uma trajetória impressionante em agosto", com crescimento de 43% nos embarques de carne bovina, de 25% na exportação de carne de frango e aumento de 120% na comercialização externa de carne suína, de acordo com dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Com base no cenário atual, o banco manteve a recomendação de compra para as ações da JBS, Marfrig, BRF e Minerva.
O banco destaca que, apesar do avanço nos embarques ao exterior, os preços da carne bovina em dólares continuam caindo. Isso pode ser um reflexo das dificuldades de negociação com a China, que vem suspendendo as importações de algumas plantas brasileiras. Entretanto, essa queda foi compensada pela valorização do dólar ante o real, o que também ajudou a minimizar os efeitos do aumento de 4% nos preços do boi. As perspectivas dos analistas do Bofa apontam para uma continuidade na retração das cotações do gado bovino no quarto trimestre deste ano, o que pode auxiliar na recuperação das margens das companhias do setor. "Portanto, ainda vemos o Brasil como um exportador líder em um mercado global de carne bovina acirrado", afirma o comunicado.
Em relação à carne de frango, o Bofa observa uma recuperação nos volumes embarcados para o mercado externo, com preços estáveis. Isso indica um momento oportuno para os produtores que estão sendo pressionados pelo aumento dos custos com ração, em virtude dos altos preços do milho, dizem os analistas. Eles acrescentaram, ainda, que a notícia deve ser boa especialmente para a BRF, que tem uma forte produção da proteína.
Por fim, o relatório comenta que a demanda internacional pela carne suína brasileira continua disparando, chegando a um recorde em agosto. "Diferentemente do mês passado, os preços subiram 5% em dólares na comparação anual, o que indica que os volumes enviados para a China ainda são fortes, já que a peste suína africana ainda desempenha um papel importante na disponibilidade de carne suína no país", avaliam analistas do Bofa.
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