China suspende maior parte de importações de carne suína holandesa por casos de Covid
AMSTERDÃ (Reuters) - A China suspendeu quase todas importações de carne suína da Holanda, em movimento aparentemente motivado por surtos de Covid-19 em alguns dos maiores frigoríficos europeus.
A China baniu carnes entregues pelos quatro maiores abatedouros holandeses no domingo, disse nesta terça-feira uma porta-voz do governo holandês, Elise van den Bosch.
A China não especificou os motivos para a decisão, de 28 de junho, mas trabalhadores das quatro unidades foram infectados recentemente com o novo coronavírus, acrescentou a porta-voz.
"Claramente, a China está buscando a fonte de sua segunda onda de infecções por Covid-19, que eles talvez sintam que possa ter vindo de carne importada", disse ela.
"Mas não há evidência científicas sobre a possibilidade de transmissão do vírus por meio de alimentos ou embalagens."
Frigoríficos na Holanda e em outros países da Europa são operados principalmente por trabalhadores imigrantes, que ficam próximos uns dos outros e geralmente compartilham instalações nas unidades, o que levou a grandes surtos de coronavírus no setor nos últimos meses.
As quatro empresas afetadas pela medida da China são as que geralmente entregam a maior parte da carne suína enviada pelos holandeses à China. As importações holandesas de carne suína aos chineses somaram 299 mil toneladas no ano passado, no valor total de 376 milhões de dólares.
Estudo da China alerta para possível novo "vírus pandêmico" em porcos
XANGAI (Reuters) - Um novo vírus de gripe encontrado em porcos chineses se tornou mais infeccioso para humanos e precisa ser monitorado com atenção devido ao seu potencial para se tornar um "vírus pandêmico", disse um estudo, mas especialistas disseram que não existe nenhuma ameaça iminente.
Uma equipe de pesquisadores chineses analisou vírus de gripe encontrado em porcos entre 2011 e 2018 e encontrou uma cepa "G4" do H1N1 que tem "todas as características essenciais de um candidato a vírus pandêmico", de acordo com o estudo publicado no periódico científico norte-americano Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Trabalhadores de criadouros de porcos também apresentaram níveis elevados do vírus no sangue, disseram os autores, acrescentando que "o monitoramento atento em populações humanas, especialmente trabalhadores da indústria de carne suína, deveria ser implantado com urgência".
O estudo ressalta os riscos de os vírus cruzarem a barreira das espécies e contaminarem humanos, sobretudo em regiões densamente povoadas da China, onde milhões vivem perto de fazendas, criadouros, matadouros e mercados de produtos frescos.
Acredita-se que o novo coronavírus que se alastra pelo mundo se originou no morcego-de-ferradura-pequeno do sudoeste da China e que pode ter passado para humanos em um mercado de frutos do mar da cidade central de Wuhan, onde o vírus foi detectado pela primeira vez.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) analisará o estudo chinês com cuidado, disse seu porta-voz, Christian Lindmeier, em uma coletiva de imprensa em Genebra nesta terça-feira, dizendo que é importante colaborar com descobertas e se manter a par das populações de animais.
"Também ressalta que não podemos baixar a guarda diante da gripe e que precisamos ficar atentos e manter a vigilância mesmo durante a pandemia de coronavírus", acrescentou.
Ainda nesta terça-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse em uma coletiva de imprensa diária que seu país está acompanhando os acontecimentos atentamente. "Tomaremos todas as medidas necessárias para evitar a disseminação e o surto de qualquer vírus", disse.
O estudo disse que os porcos são considerados "recipientes de mistura" importantes para a geração de vírus pandêmicos de gripe e pediu uma "vigilância sistemática" do problema.
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