Mudanças no varejo de carnes a partir da Covid-19
Quem tece considerações em torno do assunto é Elizabeth Doughman, editora da newsletter Poultry Future. [email protected] As indagações que levanta referem-se às mudanças que ocorrerão ao nível do varejo mas que, sem dúvida, influenciarão também o atacado das carnes. Acompanhe o que dizem os especialistas ouvidos por Doughman:
“A pandemia do COVID-19 mudou drasticamente a forma como os consumidores efetuam suas compras, levando ao aumento das vendas de frango e peru resfriados nas lojas de varejo e ao uso crescente de opções pelas entregas sem contato. Essas mudanças influenciarão os hábitos de compra futuros?
“Se isso continuar por algum tempo pode começar a mudar a maneira como você age em relação às interações físicas com lojas e pessoas de varejo ”, explicou Neil Stern, sócio sênior da McMillianDoolittle. "Nesse cenário, aumenta enormemente o interesse em extrema conveniência, incluindo serviços de entrega e assinatura, enquanto pensamos em novas maneiras de levar produtos às pessoas".
Mudanças no comércio eletrônico
Como exemplo, Stern menciona o novo Amazon Go Grocery, que permite aos clientes comprar itens usando um aplicativo em seu telefone sem nenhuma interação humana. Outras opções automatizadas e tecnológicas incluem a coleta de compras do Walmart, o serviço de entrega da Instacart ou o novo site direto ao consumidor da Perdue Farms [uma das principais e a mais tradicional empresa avícola dos EUA, neste ano completando um século de existência].
O comportamento do consumidor em reação à pandemia do COVID-19 abrange seis fases, diz a plataforma de analistas Nielsen. No decorrer da sexta fase - que ocorrerá quando as quarentenas do Covid-19 forem levantadas e a vida voltar ao normal - a Nielsen prevê que haverá "mudanças permanentes" no "uso do comércio eletrônico".
"O surto já causou uma série de mudanças no comportamento das compras e estamos focados em entender as que virão a seguir, quanto tempo durarão e se alguma delas permanecerá conosco depois que o surto ficar para trás", disse em comunicado o líder de Inteligência Global da Nielsen, Scott McKenzie.
Um híbrido de varejo e restaurante?
"Alternativamente, esse poderia ser um lembrete maravilhoso de que todos nós gostamos de interação, tornando a experiência ainda mais importante", acrescenta Stern. Antes do início da pandemia, redes de supermercados como a Whole Foods e a Wegmans proporcionaram aos consumidores uma experiência híbrida de varejo e restaurante, onde podiam - no mesmo local - adquirir refeições prontas para o consumo, assim como diferentes cortes de carne.
A Frisch’s Big Boy, uma rede de fast-food com lojas em Kentucky, Ohio e Indiana, mudou para Big Boy’s Market na pandemia da Covid-19, passando a vender produtos perecíveis como leite, frutas, legumes e salada de atum caseiro, além de itens menos perecíveis como pão, açúcar, água engarrafada e papel higiênico - tudo através do sistema “drive-thru”.
Atuar como um mini supermercado vem permitindo à Frisch’s Big Boy ampliar o número de empregados, ao mesmo tempo que mantém boas relações com a comunidade.
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