Com maior oferta e consumo em queda, preços da carne suína recuam na China
Os preços da carne de porco na China recuaram acentuadamente na semana passada pela primeira vez em dez meses, à medida que novos casos de peste suína africana reportados no nordeste do país fizeram com que mais porcos fossem levados ao abate, em um momento em que consumidores reduzem as compras da proteína devido a seu valor elevado, disseram analistas.
Os valores dispararam em outubro, atingindo uma máxima de 53,79 iuanes (7,69 dólares) por quilo no dia 23, alta de 188% no ano a ano. Desde então, no entanto, as cotações têm recuado, tocando 50 iuanes em 8 de novembro.
"Após os recentes saltos nos preços, a carne suína já estava em um ponto no qual as pessoas não conseguiam mais pagar por ela, então bastou um gatilho (para os valores recuarem)", disse Jim Huang, presidente-executivo da China-America Commodity Data Analytics.
Ele acredita que tal gatilho foi a forte venda por produtores no nordeste há duas semanas, quando relatos não confirmados de novos surtos de peste suína africana levaram criadores de porcos ao pânico.
Além disso, o consumo recuou cerca de 30% desde outubro por conta dos altos preços, disse Zhu Zengyong, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, citando uma pequisa de mercado.
Em seu relatório mensal, o Xinfadi, principal mercado atacadista de carnes de Pequim, disse que ao final de outubro cerca de 10% das carcaças, e por vezes até 20%, estavam sendo devolvidos aos abatedouros devido aos preços elevados.
"Essa é uma correção do rápido avanço dos preços, não é algo causado por um excesso de oferta", ponderou Pan Chenjun, analista sênior do holandês Rabobank.
"Acho que os preços vão retornar para o intervalo anterior e provavelmente voltarão a subir", acrescentou, mencionando a crescente demanda que virá nas próximas semanas com as festividades do Ano Novo Lunar.
(Reportagem de Dominique Patton e Hallie Gu)
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