Governador atesta a qualidade da carne de Mato Grosso à Temer

Publicado em 21/03/2017 13:40
Em Brasília, Pedro Taques apresentou instituto de certificação e levou carnes especiais produzidas no Estado ao presidente da República

O governador de Mato Grosso Pedro Taques está nesta terça-feira (21) em Brasília e participou, ainda nesta manhã, de uma reunião com o presidente da República, Michel Temer. Na oportunidade, aproveitou para apresentar o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), que irá rastrear e certificar toda a produção da carne no Estado. A iniciativa inédita no país tem objetivo de unir os sujeitos da cadeia, produtor, indústria e governo, para garantir a qualidade e origem da carne que chega à mesa do consumidor.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) é parceira do governo na implantação do Imac no Estado. De acordo com o presidente da entidade, Marco Tulio Duarte Soares, o consumidor está cada vez mais exigente e busca produtos que tenham qualidade e procedência. “Para permanecer e expandir no mercado da carne, é preciso comprovar a qualidade e os métodos utilizados na produção. E o Imac vem justamente certificar que se os critérios socioambientais e sanitários são adotados. Quanto mais mecanismos de fiscalização e regulamentação existirem, menos vulnerável é o negócio”.

Em meio aos desdobramentos da Operação Carne Fraca, desencadeada na última sexta-feira (17) pela Polícia Federal, Pedro Taques foi até Brasília a fim de amenizar os impactos para o setor em Mato Grosso. Uma das ferramentas que podem ser utilizadas para comprovar a origem do alimento é justamente o Imac. “O Imac possui uma construção jurídica diferenciada formada por pecuaristas, indústria e governo para atuar na auto-regulamentação do setor, tratando da rastreabilidade e certificação. Trouxemos ao presidente para que conheça este trabalho desenvolvido em Mato Grosso”.

O Estado possui o maio rebanho comercial de gado, com 30,2 milhões de cabeças e é o 2º maior exportador de carne. Segundo o governador Pedro Taques, a crise é grave e terá consequências, mas que será superada. “Vamos atuar junto ao Ministério da Agricultura para mitigar os efeitos e reduzir os prejuízos à economia mato-grossense e do país”.

Como funcionará

O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) foi lançado a pouco mais de um ano e sua operação está prevista para este semestre. Por meio de um sistema que integra informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Secretaria de Estado de Fazendo (Sefaz) e do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), o órgão vai cruzar os dados de todos os animais que chegam nas plantas frigoríficas instaladas no Estado.

A carne de animais rastreados que tiverem com todos os documentos exigidos, sem nenhuma restrição fiscal, socioambiental e sanitário em dia vai receber o selo do Imac. Além disso, quatro balanças serão instaladas na indústria para garantir ao pecuarista mais transparência com relação ao peso da carcaça.

Com relação à qualidade da carne, os animais que atenderem aos critérios da indústria e passarem pela auditoria dos representantes do Imac vão receber um segundo selo, atestando que aquela peça tem qualidade superior.

Brasil espera derrubar veto da China à importação de carne, diz secretário

LOGO REUTERS

LAPA, Paraná (Reuters) - O Brasil espera derrubar em breve a proibição anunciada pela China às importações de carne do país após um escândalo que envolve investigações da Polícia Federal sobre supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção, disse à Reuters um secretário do Ministério de Agricultura.

A pasta teve uma videoconferência com autoridades chinesas na noite de segunda-feira (horário de Brasília), na qual a China pediu mais garantias de que o escândalo não terá efeitos sobre a qualidade sanitária dos produtos brasileiros. A China anunciou uma suspensão temporária das importações de carne do Brasil na segunda-feira, após as denúncias da PF na semana passada.

"Nós vamos apresentar essa carta a eles hoje com nossas garantias e uma vez que o tenhamos feito, esperamos que as restrições às importações sejam retiradas", disse o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel.

"Nós estamos confiantes de que não há riscos de saúde pública associados à carne brasileira", acrescentou Rangel.

A China, por sua vez, pediu que o Brasil adote medidas de segurança mais severas em seus embarques de alimentos.

A porta-voz a do Ministério de Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, disse a jornalistas que "a China está preocupada com os problemas de qualidade de alguns produtos de carne do Brasil".

Hua Chunying recusou-se a comentar quando a proibição temporária às importações de carne do Brasil poderá ser retirada. Essa decisão será tomada pela Administração Chinesa de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ, na sigla em inglês).

Na videoconferência da noite de segunda-feira, autoridades do governo brasileiro conversaram com o vice-ministro da AQSIQ sobre o assunto, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

A reunião foi a discussão em mais alto nível entre as duas nações sobre o assunto até o momento, ressaltando a urgência com que Brasil e China querem evitar mais interrupções no comércio.

O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina à China, respondendo por cera de 31 por cento das importações do país na primeira metade do ano passado. O segundo maior fornecedor, a Austrália, ainda está reconstruindo seu rebanho após uma seca, e não é vista como capaz de satisfazer a ascendente demanda chinesa.

O Brasil também fornece mais de 85 por cento das importações de carne de aves da China, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA. Outros grandes produtores, como os EUA e alguns mercados europeus menores, estão proibidos de vender à China devido a surtos de gripe aviária.

HONG KONG

Autoridades do Ministério da Agricultura do Brasil também confirmaram que Hong Kong anunciou um veto a todas importações de carne brasileira até que o governo brasileiro envie mais informações sobre o escândalo em investigação.

Hong Kong é o segundo mercado de exportação para a carne brasileira, tendo totalizado 1,62 bilhão de dólares em 2016. A China foi o maior mercado, com 1,75 bilhão de dólares.

(Reportagem de Stephen Eisenhammer, em Lapa; (PR); reportagem adicional de Dominique Patton, em Pequim)

 

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Fonte:
Acrimat

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