Lento escoamento da carne dificulta formação de preço do boi gordo e frango vivo

Publicado em 06/02/2017 06:55

Boi gordo: Lento escoamento da carne forma pagamentos no mercado

Por Scot Consultoria

A expectativa era de que ocorresse melhora na movimentação do mercado da carne bovina com a entrada do mês. Entretanto, este não tem sido o cenário observado.

Assim, não existe motivo para pagamentos maiores para o mercado do boi gordo. Além disso, as indústrias não têm interesse em alongar as escalas, a fim de manter os estoques enxutos e tentar controlar as quedas nos preços no atacado.

Apesar de algumas altas, o cenário geral é de pressão de baixa no mercado do boi gordo.

Em São Paulo, são observados pagamentos tanto acima como abaixo da referência, sendo este último o mais comum. A arroba do macho terminado está cotada em R$ 147,00, à vista, queda de 1,3% desde o início do ano.

No estado, as escalas de abate giram em torno de quatro dias. 

No mercado atacadista de carne com osso os preços estão estáveis. O boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,29/kg.

Suíno vivo: Demanda firme garante mais uma semana de alta

Por Larissa Albuquerque

O mercado do suíno vivo surpreendeu em janeiro e deve permanecer positivo em fevereiro. Nesta semana as cotações encerraram em alta na maior parte das praças de comercialização.

A explicação para esse cenário é o aquecimento na procura por animais, aliado a redução no volume de animais terminados. Conforme relata Pedro Gabone, da Fazenda e Frigorífico Santa Rosa, em São Paulo, as indústrias encontram difícil para cumprir as escalas de abates. “Neste momento, estamos com falta de animais vivos para o abate e, por isso, estamos em busca de animais em outros estados. No meu caso, animais abatidos”, afirmou.

"O produtor deixa de entregar aquele volume todo de animal para colocar mais peso, reduzindo a disponibilidade de animais no mercado", explica o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Losivanio Luiz de Lorenzi.

Em São Paulo, os pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia aplicada) acreditam que a confirmação da volta do tributo do ICMS no estado “elevou a procura por carne, reforçando a necessidade de novos lotes de animais para abate pelas indústrias paulistas”.

O levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou valorização em sete praças das oito pesquisadas. A alta mais expressiva ocorreu em Minas Gerais com avanço de 13,95%, deixando o animal vivo cotado em R$ 4,90/kg.

Para o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, o setor deve contar com cotações acima da média durante todo o primeiro bimestre do ano.

Segundo ele, as indústrias tem relatado que encerraram 2016 praticamente sem estoques, por isso o aquecimento da demanda neste início de ano. "O mesmo relato vale para fevereiro, o consumo deve continuar forte, especialmente no setor de industrializados", conta.

O presidente também destaca que a produção neste ano deve crescer abaixo de 2%, não favorecendo um excedente de oferta no mercado interno. "O suíno que será abatido no final deste ano, sua matriz já está no campo, e podemos notar que não há aumento de plantel ou alojamento", diz.

No atacado da Grande São Paulo o cenário é semelhante. "A carcaça especial se valorizou 6,2% no mesmo período, com o quilo passando para a média de R$ 6,76 nessa quarta. O preço da carcaça comum subiu 8,4%, a R$ 6,39/kg", relata o Cepea em seu boletim semanal.

Exportações

as vendas de carne suína continuam em patamares elevados.  Conforme os dados levantados pela ABPA, as vendas do produto in natura totalizaram 54,5 mil toneladas, volume 39,3% acima do registrado em janeiro de 2016, de 39,1 mil toneladas.

Em receita cambial, as elevações chegaram a 76,2%, com US$ 124,6 milhões – contra US$ 70,7 milhões obtidos no primeiro mês do ano passado.  Em reais, com R$ 398,5 milhões, o crescimento comparativo atingiu 39% - frente a R$ 286,6 milhões de janeiro passado.

“O crescimento mais expressivo aconteceu nas vendas para a Rússia, acompanhado pelo movimento positivo de compras de Hong Kong, China, Argentina, Singapura e Chile.  O resultado do mês seguiu patamares semelhantes à média do ano passado, o que indica um ano positivo para a suinocultura”, ressalta Ricardo Santin, vice-presidente de mercados da ABPA.

Frango vivo: Mercado fecha estável com forte pressão de baixa

Por Larissa Albuquerque

As cotações do frango vivo encerraram a semana sem alterações nas principais praças de comercialização. Mas, apesar da estabilidade o setor enfrente um período de dificuldade pela fraqueza da demanda e um incremento da oferta.

O presidente da APA (Associação Paulista de Avicultura), Érico Pozzer, explica que houve, em dezembro, um crescimento de 8% a 10% no alojamento de pintos, mesmo sem perspectivas de melhora na demanda.

Para fevereiro, o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, acredita que o mercado não deva registram grandes alterações, considerando o consumo retraído.

Confira o levantamento semana de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.

Na cadeia de integrados a realidade é semelhante. No município de Nova Marilândia, em Mato Grosso, 22 aviários tiveram seus contratos suspensos. O presidente da Associação de Avicultores de Nova Marilândia (Avimar), Paulo César Barbosa, afirmou que os produtores estão recebendo em média R$ 0,44 por cabeça de frango. “O que recebemos da indústria não é suficiente para honrar financiamentos e ainda ter que investir na infraestrutura dos aviários. Por isso, atualmente temos muitos aviários com contrato parado”, afirmou.

No atacado, entre 26 de janeiro e 2 de fevereiro, o frango inteiro congelado se desvalorizou 4,1% na Grande São Paulo, onde o quilo fechou a R$ 3,77. Já em Toledo (PR) o preço do frango inteiro resfriado caiu 2,4% no mesmo período sendo cotado a R$ 3,97/kg, apontou o Cepea.

Mas, o setor ainda aposta no bom desempenho das exportações para garantir sustentação aos preços. Especialmente depois dos recentes casos de gripe aviária em países da Ásia e Europa.

Exportações

As exportações de carne de frango 'in natura' em janeiro atingiram bom patamar para o período. O volume ficou apenas 0,4% abaixo dos embarques em dezembro, totalizando 325,4 mil toneladas. Na compara com janeiro/16 avanço foi de 3,3%.

Em receita o acumulado foi de US$ 524,5 milhões, com valor da tonelada em US$ 1.611,9 milhão. O resultado representa um crescimento de 5,2% frente ao mês anterior e, 23,4% na comparação com o igual período de 2016.

Conforme levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os embarques de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizou 363,6 mil toneladas em janeiro, volume que supera em 14,8% o total obtido no mesmo período de 2016, de 316,8 mil toneladas.

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Notícias Agrícolas + Scot

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