Principal feira de cafés especiais da Austrália deve render US$ 14,5 milhões ao Brasil

Publicado em 27/05/2024 15:10
Empresários concretizaram US$ 3,25 milhões na MICE 2024 e alinharam contatos para a realização de mais US$ 11,25 milhões até a próxima edição do evento

Empresários brasileiros, integrantes do projeto “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), fecharam US$ 3,25 milhões em negócios presenciais na Melbourne International Coffee Expo – MICE 2024, realizada de 12 a 14 de maio, na Austrália. Por meio de 106 contatos comerciais feitos, sendo 49 com novos parceiros, eles têm a expectativa de concretizar mais US$ 11,25 milhões até a próxima edição do evento, o que elevaria o total a US$ 14,5 milhões.

A participação da delegação brasileira na MICE 2024 — principal evento cafeeiro australiano, que reuniu cerca de 11 mil visitantes de todos os segmentos da cadeia global de fornecimento e conectou proprietários de cafés e baristas com produtores mundiais —, deu-se em estande, onde foram realizadas sessões de cupping e havia um brew bar, que apresentou ao público cafés de várias origens produtoras do Brasil, arábicas e canéforas, servidos em diferentes formas de preparo, como filtrados e espressos.

Segundo o diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, embora seja um país relativamente pequeno, a Austrália é um mercado muito promissor aos cafés do Brasil, com oportunidades para todos os perfis e qualidades. "Cafés commodity são ótimos para a indústria de solúvel; os naturais, com notas de chocolate e caramelo, e os conilons e robustas finos servem bem para espressos; por fim, os cafés especiais brasileiros atendem aos paladares mais exigentes, com seus perfis sensoriais e diversidade de origens", explica.

De acordo com dados da Organização Internacional do Café (OIC), o consumo de café na Austrália foi estimado em 2,1 milhões de sacas na safra 2022/23, o que corresponde a 4,7 kg per capita. Já a organização de pesquisa McCrindle detalha que 75% dos australianos consomem ao menos uma xícara de café por dia, sendo que 28% desses tomam três ou mais xícaras diariamente. Além disso, 27% da população diz não conseguir viver um dia sem a bebida e 20% se consideram “coffee snob”, ou seja, opta por seu café com base em qualidade e sabor, não se contentando com preparo rápido e preço barato.

"Na Austrália, o café não é apenas uma bebida, ele está enraizado na cultura local, assim como no Brasil. Não à toa, o país está entre os mercados-alvos do projeto que desenvolvemos com a ApexBrasil, pois é vital ampliarmos a participação do produto brasileiro em um consumidor tão relevante e, também, formador de opinião no cenário global", comenta o diretor executivo da BSCA.

Em 2023, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a Austrália importou 434 mil sacas do produto brasileiro, ocupando o 21º lugar no ranking dos principais destinos. Apesar de um volume não tão impactante no contexto total das exportações nacionais, esse montante representa cerca de 21% do consumo total da bebida no país da Oceania, projetado em 2,1 milhões de sacas.

BRAZIL. THE COFFEE NATION
O projeto setorial "Brazil. The Coffee Nation", realizado pela BSCA em parceria com a ApexBrasil, tem como foco a promoção comercial do café especial brasileiro no mercado internacional, reforçando os pilares de qualidade, diversidade e sustentabilidade. A iniciativa tem como objetivo apresentar o Brasil como uma nação dotada dos recursos naturais essenciais para o cultivo dos melhores cafés e que investe ativamente para atingir os mais altos requisitos de qualidade, de forma sustentável e em observância a rígidas normas de direito social e ambiental.

Com vigência até agosto de 2025, uma das prioridades do projeto será investir em ações de qualificação e diversificação, com foco no apoio aos produtores de café canéfora (robusta e conilon) do país, nas certificações de qualidade e de sustentabilidade e nos cafés produzidos por mulheres, fomentando a equidade de gênero na cafeicultura brasileira e a capacitação de provadoras profissionais de café. O projeto atual tem como mercados-alvo: i) África do Sul, Austrália, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Japão, Malásia, Polônia, Rússia e Taiwan para os cafés crus especiais; e ii) Canadá, Chile, China e Estados Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem.

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Fonte:
BSCA

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