Seminário do Café, promovido pela ABIC, reúne industrial, varejo e poder público

Publicado em 16/05/2024 17:07
União das organizações a favor do alimento seguro

A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) realizou na sede da Fiesp, ontem, 14/05, o 1º Seminário do Café com a presença de diversos atores da cadeia produtiva. A abertura do encontro ficou a cargo do Presidente e do Diretor Executivo da ABIC, Pavel Cardoso e Celírio Inácio, respectivamente. Os executivos relembraram a trajetória e o papel da instituição para a criação de um ambiente regulamentado e chamaram a atenção para a importância do envolvimento do varejo a favor de uma cultura que valorize o alimento seguro. 

Dagmar Oswaldo Cupaiolo, Vice-Presidente da Fiesp, Edvaldo Frasson, Presidente do Sindicato das Indústrias de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé); Márcio Milan, Vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS; Hugo Caruso, Diretor da DIPOV/MAPA e Helena Pan Rugeri, Coordenadora-geral de qualidade vegetal (DIPOV/MAPA), compuseram a mesa ao lado de Pavel Cardoso e Celírio Inácio.

“Estou honrado de receber o Seminário do Café da ABIC aqui em nossa sede. Acompanho a trajetória da associação há décadas e precisamos valorizar a reputação alcançada pela ABIC nacionalmente, como também internacionalmente”, afirmou Cupaiolo.

Já Frasson reforçou o papel agregador da ABIC no setor: “Hoje, se as instituições estão próximas e lutando por um café de qualidade, devemos muito à associação, que veio agregar muito ao setor”.

Ministério da Agricultura e o combate às fraudes

A presença e o esforço do Ministério da Agricultura, MAPA/DIPOV, focado em assegurar o abastecimento e o acesso da população brasileira a alimentos de qualidade ao consumo, o que inclui o café, como também impulsionar o desenvolvimento sustentável e fomentar a competitividade dos produtos da agropecuária brasileira no mercado interno e externo foi motivo de vibração por parte da Direção da ABIC.

Dentro do planejamento para o café torrado, o combate às fraudes é um dos objetivos do MAPA/DIPOV. Em 2023, segundo Hugo Caruso, Diretor do DIPOV, foram coletadas 62 amostras para o programa Plano Nacional de Combate à Fraude (PN Fraude), 43 (69,4%) não estavam em conformidade com as normas vigentes. Já em 2024, entre janeiro e abril, foram coletadas 210 amostras. Dessas, 157 estavam de acordo com os padrões legais estabelecidos. 

“Há dois anos estávamos discutindo a Portaria 570. Hoje, o PN Fraude, está em andamento e amadurecendo. Estamos impactando desde o produtor, passando pela indústria e chegando na ponta, nos supermercados. Unir instituições como a ABIC, a ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) e o setor público é extremamente relevante para o desenvolvimento do setor”, avalia Caruso.

Celírio Inácio comentou: “Não é pouco o que estamos fazendo. É um avanço enorme conseguirmos interromper a comercialização de produtos ilegais no ponto de venda. Ter isonomia é um ganho para toda cadeia e, naturalmente, para o consumidor”.

Indústria, Supermercados e Poder Público unidos a favor do alimento seguro

Márcio Milan, Vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS, após a fala do MAPA, analisou: “A união da cadeia é fundamental. É preciso tratar a questão do alimento seguro e da fiscalização de forma transparente. Claro que há interesses comerciais diferentes por parte dos envolvidos, mas o varejo possui uma responsabilidade enorme nessa discussão e precisamos ter essa consciência”. Durante o Seminário, Milan convidou o MAPA e a ABIC para se aproximarem dos Comitês da ABRAS, em especial do Comitê de Segurança do Alimento, com o objetivo de acelerar e amadurecer o varejo alimentício na conscientização do seu papel no combate aos produtos que não apresentam as condições necessárias para serem comercializados.

O Seminário do Café ainda contou com as presenças de Ricardo Bamberg Marques, da B3; Emerson Lima, da Sauter Digital; e Guilherme Morya, da Rabobank. 

Mercado e demanda global

Segundo Morya, a oferta de café de 2023/2024 deve crescer 5%. O arábica deve apresentar alta de 1%, já o robusta deve cair 2%. Para 2024/2025, é esperado um aumento de 4,5%. “Estimamos a safra brasileira 2024/25 em 69,8 milhões de sacas, 5,7% maior em relação ao ciclo anterior, porém, abaixo do potencial”. O especialista ainda ponderou que o conilon brasileiro está em alta e potencializado pelos incidentes no Mar Vermelho. Para ele, o cenário é favorável ao produtor, com preços de cafés elevados e custos menores.

No que tange à demanda global, Morya comentou que a Rabobank projeta uma recuperação de 1,2% em 2023/24 e 2,2%, em 2024/25 na demanda. Porém, a pressão inflacionária gera desafios ao consumo, como incertezas.

“Ao falar de preços, temos as tensões do Mar Vermelho e nova regra EUDR (Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento), que devem sustentar os preços do café neste ano. Porém, no final de dezembro ou início de 2025, os preços podem sofrer pressão com recuperação em regiões produtoras e balanço global 2024/25 superavitário”, analisa.

ENCAFÉ 2025 fomentará ecossistema 

Durante o Seminário do Café, foi apresentada a proposta do próximo ENCAFÉ. “Ouvimos os associados e o mercado através de pesquisa e sentimos a necessidade de fazer um evento ainda mais inclusivo, para todos e com mais conteúdo”, contextualiza Mônica Pinto, Gerente de Marketing da ABIC.

A 30ª edição será realizada entre os dias 23 e 25 de abril de 2025, no Royal Palm Hall (Campinas/SP), e terá como grande objetivo envolver todo o ecossistema do café, unindo indústria de torrefação, cafeterias e nanotorrefações, equipamentos, pesquisadores, baristas, degustadores, associações de classe, produtores, exportadores, varejo, entre outros.

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Fonte:
ABIC

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