Quais foram os impactos dos recentes eventos macroeconômicos nos preços do café? Confira análises da hEDGEpoint

Publicado em 11/03/2024 13:52
  • Os eventos macroeconômicos da semana passada, em particular a divulgação dos dados de empregos não agrícolas e taxa de desemprego nos Estados Unidos, impactaram os preços das commodities, afetando significativamente o café.

    Embora as contratações no mercado de trabalho dos EUA tenham se mantido estáveis, a taxa de desemprego atingiu o maior nível em dois anos. Apesar dos resultados positivos dos empregos não agrícolas em fevereiro, revisões de dezembro e janeiro, juntamente com preocupações sobre a inflação, contribuíram para a tendência.

    A próxima divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) será crucial, com uma probabilidade de 78% de um corte nas taxas do Fed em junho. Os preços do café, especialmente o arábica, registraram uma queda devido à cautela em relação aos números do mercado de trabalho, marcadores técnicos e ao impacto de uma moeda brasileira enfraquecida.

    O mercado de café, que atualmente apresenta condições contrastantes entre origens e destinos em termos de estoques, fica vulnerável a correções adicionais com base nas tendências econômicas.

    De acordo com análise do relatório da hEDGEpoint Global Markets, os eventos macroeconômicos desta semana causaram impactos nos preços das commodities, e o café foi uma das principais commodities afetadas.

    “Na sexta-feira (08), foram divulgados os dados de empregos e desemprego nos Estados Unidos, mostrando que, embora as contratações tenham se mantido em um ritmo constante - sugerindo que ainda há resiliência no mercado de trabalho dos EUA - a taxa de desemprego atingiu o maior nível em dois anos. Neste relatório, analisaremos os dados da economia americana e seus possíveis impactos nos preços do café”, diz Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint;

    “Primeiramente, os próprios resultados. A Figura 1 mostra a taxa de desemprego e os empregos não agrícolas desde 2021. Embora ambas as séries estejam em queda em comparação com três anos atrás, os mercados concordam que o mercado de trabalho dos EUA tem sido peça central no complicado quebra-cabeça da inflação persistente. Apesar dos empregos não agrícolas de fevereiro terem superado as expectativas (275 mil em comparação com os esperados 200 mil), os resultados de dezembro e janeiro foram revisados para baixo (uma redução combinada de 167 mil), e a taxa de desemprego mais alta confirma o sentimento do ajuste nos empregos”, explica a analista.

    E segue: “A história, no entanto, continua na próxima semana, com a divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na terça-feira (12). Será o primeiro dos três esperados até a reunião do Fed em junho, com uma probabilidade combinada de 78% de corte na taxa-alvo do Fed (em comparação com a probabilidade combinada de 25,7% de corte em maio, e uma aposta sólida em taxas inalteradas para a próxima reunião em 20 de março)”, ressalta.

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    Para referência, espera-se que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mês/mês seja de 0,4%, já um pequeno aumento em comparação com o último resultado (0,3%), e a estimativa anual é atualmente de 3,1%, inalterada em relação ao resultado anterior. É importante notar que as cifras mensais mostram mais resistência, uma vez que na comparação anual alguns componentes exerceram menos pressão, como energia e itens alimentícios.

    “Ainda assim, junto com uma correção a partir do fechamento de quinta-feira, os resultados afetaram negativamente o café, especialmente o arábica. O segundo contrato fechou em 192,20 c/lb, o valor mais alto desde dezembro de 2023, mas há também um componente técnico: uma resistência de médio prazo em 192,10 c/lb. Com os elementos combinados de cautela em relação aos números do mercado de trabalho dos EUA e marcadores técnicos, os preços do café responderam negativamente”, observa.

    Segundo Natália, “o arábica foi o mais afetado, mas não sem razão. A Figura 4 mostra os fechamentos diários para o Índice do Dólar e a taxa de câmbio USD/BRL. A moeda brasileira perdeu terreno, refletindo as expectativas internas - principalmente, discussões sobre gastos públicos impactando o balanço comercial deste ano, bem como resultados mais fracos da Petrobras. Portanto, há uma pressão maior para o arábica em comparação com o robusta”, conclui.


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Fonte:
hEDGEpoint Global Markets

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