Pesquisa mostra que consumidor tem relação emocional com o café e demanda aquecida na pandemia
Uma pesquisa realizada em parceria do Instituto Agrônomico de Campinas (IAC), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pelo Axxus Institute mostrou que o café, além de ser a segunda bebida mais consumida depois da água, também ganhou um espaço especial para o consumidor brasileiro.
O levantamento, que anteriormente havia sido feito em 2019, foi realizado em todas as regiões do Brasil com o objetivo de desvendar o consumo de café nesse momento de pandemia. "O consumidor continua demonstrando que tem uma relação emocional e afetiva com o produto e que a experiência de beber café é um dos prazeres da vida, além de uma forma de melhorar o humor e a disposição", destaca os pesquisadores.
Os resultados mostram ainda que durante a pandemia (2020-2021), mesmo com o consumidor mudando a rotina e aderindo ao home office, o consumo aumentou dentro de casa. "Declaram que o isolamento social e a permanência em casa por mais tempo, aumentou o desejo pela bebida", afirma a pesquisa.
Durante todo o período de pandemia, ficou no radar do mercado de café a incerteza em relação ao consumo da bebida, com os comércios fechados a grande dúvida do setor era justamente se haveria uma mudança no consumo ou, no cenário mais pessimista, uma retração na demanda.
A pesquisa contou ainda com o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), que afirma os dados são de extrema relevância para o setor como um todo. "Além de mostrar um aumento no consumo de café em 2021, o levantamento revelou como a bebida foi importante para os brasileiros durante o isolamento social. É uma prova de que o café possui um alto valor afetivo e grande relevância econômica. É um forte incentivo para a indústria continuar trabalhando com o objetivo de entregar cafés de qualidade para o consumidor", afirma o o diretor executivo da ABIC, Celírio Inácio, ao Notícias Agrícolas.
O professor Rodnei Domingues, coordenador e pesquisador responsável do Axxus Institute, comenta que os resultados apontam que a maioria das mudanças de hábitos e preferências que ocorreram nos últimos dois anos, foram motivados pela pandemia, que obrigou muitas pessoas a permanecerem em casa.
"O crescimento de 5% do número dos que gostam ou gostam muito de café, ocorreu porque, presas em casa, as pessoas ficaram mais expostas a novas experiências com café, muitas gostaram e se passaram a integrar o grupo de grandes apreciadores do produto. Outro dado surpreendente, apontou que 72% dos entrevistados, disseram que o café ajudou a passar os piores momentos da pandemia", afirma.
O pesquisador Sérgio Parreiras Pereira, do Instituto Agronômico de Campinas, destaca que a pesquisa apresenta resultados interessantes para o mercado nacional, sobretudo porque foi realizada em dois momentos: em 2019 antes da pandemia e em setembro/2021, após um ano e meio da Covid-19. " Um dos pontos que destaco foi a redução de 5% dentre aqueles que afirmaram não gostar de café, baixando de 8% para 3%. Pode-se inferir que tivemos um aumento substancial no número de consumidores", comenta.
Para o pesquisador, também chamou atenção é que quando os consumidores foram questionados em relação às motivações para tomar café houve redução expressiva naqueles que afirmaram ser uma oportunidade de interação com pessoas, pois o COVID impôs o distanciamento social. Por outro lado um crescimento substancial naqueles que buscavam um momento de pausa, reflexão e paz, ou seja, um escape das preocupações diárias. "No período de pandemia, a maioria dos entrevistados afirmou ter aumentado o consumo de café, embora tenham diminuído o consumo for do lar, em cafeterias, bares e restaurantes", conclui.
Para acessar a pesquisa completa, clique aqui
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