Café: Rabobank projeta queda para o Brasil e Nova York reage com altas de 400 pontos

Publicado em 14/12/2020 17:14 e atualizado em 14/12/2020 18:27

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A semana começou com valorização expressiva para o mercado futuro do café arábica. Após o banco Rabobank divulgar novas estimativas de safras, com quebra para o Brasil, os preços voltaram a registrar altas acima de 400 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). 

Março/21 teve alta de 455 pontos, valendo 126,15 cents/lbp, maio/21 subiu 455 pontos, negociado por 127,95 cents/lbp, julho/21 registrou alta de 450 pontos, valendo 129,45 cents/lbp e setembro/21 teve alta de 440 pontos, valendo 130,75 cents/lbp. 

"Arábica se recuperou depois que o café do Rabobank disse que as condições de seca reduzirão a produção de café do Brasil 2021/22 para 37,2 milhões de sacas, ante 38,8 milhões de sacas divulgadas anteriormente", destacou a análise internacional do site Barchart. 

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Rabobank, a safra de café do Brasil, deve recuar 15%, para 57,4 milhões de sacas de 60 kg. 

O banco espera ainda que o segundo maior produtor do mundo, o Vietnã, registre uma alta de 5% em sua safra em 2021/22, atingindo 30,3 milhões de sacas, enquanto a safra da Colômbia --terceira maior produtora-- deve seguir em 14,4 milhões de sacas.

O analista de mercado Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, entre os muitos fatores que seguem influenciando na formação de preço no exterior, as condições das lavouras brasileiras e as baixas para a safra que vem, continuam dando suporte aos preços.

"Haverá falta de café na safra 21, isso não é dúvida nenhuma e o mercado sempre antecipa esses movimentos, estamos falando de um movimento de alta muito forte. Muitos já estão avaliando que os números para setembro/21 serão muito fortes", afirma o especialista. Haroldo destaca ainda que, neste momento, operadores já começam a observar a seca deste e as possibilidades de geadas no próximo inverno. 

O site Barchart destacou ainda que as fortes chuvas no Brasil diminuíram as preocupações com as condições de seca e estão baixando para os preços do café depois que a Somar Meteorlogia disse hoje que as chuvas em Minas Gerais, a maior região produtora de café arábica do Brasil, foram de 136,2 mm na semana passada, ou 220% acima da média. Vale lembrar, no entanto, que as chuvas não recuperam as perdas já existentes para a próxima safra, mas iniciam o processo de recuperação da planta. 

No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterior e encerrou com valorização nas principais praças produtoras do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 5,75% em Guaxupé/MG, valendo R$ 633, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,52%, negociado por R$ 611,00, Varginha/MG teve alta de 4,07%, valendo R$ 640,00, Campos Gerais/MG registrou valorização de 4,17%, negociado por R$ 624,00 e Franca/SP teve alta de 4,10%, valendo R$ 635,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 4,58% em Guaxupé/MG, valendo R$ 685,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,29%, negociado por R$ 617,00, Varginha/MG teve alta de 2,94%, valendo R$ 700,00 e Campos Gerais/MG encerrou com valorização de 3,79% e negociado por R$ 684,00. 

Na Bolsa de Londres, o mercado futuro do café conilon, na Bolsa de Londres, também encerrou com valorização. Janeiro/21 teve alta de US$ 14 por tonelada, valendo US$ 1349, março/21 registrou alta de US$ 19 por tonelada, valendo US$ 1376, maio/21 teve alta de US$ 20 por tonelada, negociado por US$ 1386 e julho/21 encerrou com valorização de US$ 21 por tonelada, valendo US$ 1402.

"O café robusta ganhou depois que o Departamento Geral de Alfândega do Vietnã informou hoje que as exportações de café do Vietnã em novembro caíram -8,4% no mês, para uma baixa de 3 anos de 83.730 toneladas, e as exportações de janeiro a novembro caíram -3,0%", concluiu a análise internacional. 

USDA: Produção mundial de café deve chegar a 175,5 milhões de sacas
 

Segundo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de café na safra 2020/21 poderá chegar a um total de 175,5 milhões de sacas, indicando assim um aumento de 4,15% no comparativo com a safra 2019/20, indicada em 168,5 milhões de sacas. 

O USDA coloca que a produção brasileira de café arábica em 2020/21 deve atingir 47,8 milhões de sacas, 5,8 milhões de sacas a mais que em 2019/20, devido ao ciclo bienal da cultura.

Já o  Vietnã deve colher 29 milhões de sacas, com queda de 2,3 milhões de sacas no comparativo com 2019/20, que foi recorde produtivo. A produção de arábica na Colômbia está estável em 2020/21 em 14,1 milhões de sacas. A Indonésia também tem previsão de estabilidade em 2020/21 em 10,7 milhões de sacas.

 As exportações mundiais de café em 2020/21 são indicadas pelo USDA em 117,5 milhões de sacas, no comparativo com 117,2 milhões de sacas de 2019/20. 

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Tags:
Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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