Café tem dia de quedas, com realização de lucros e previsão de novas chuvas no BR
O mercado futuro do café arábica encerrou o pregão desta terça-feira (1) com quedas acima dos 400 pontos para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). A previsão de novas chuvas em áreas produtoras do Brasil pressionaram as cotações, além do mercado ter um dia de realização de lucros após altas expressivas na última sexta-feira, dia 27.
Março/21 teve queda de 485 pontos, valendo 118,45 cents/lbp, maio/21 registrou queda de 470 pontos, valendo 120,40 cents/lbp, julho/21 encerrou com baixa de 465 pontos, valendo 122,05 cents/lbp e setembro/21 teve queda de 460 pontos, negociado por 123,45 cents/lbp.
"Os preços do café ficaram mais fracos depois que que um relatório meteorológico de 10 dias da Somar Meteorologia previu uma perspectiva mais úmida sobre as regiões produtoras de café do Brasil", destacou o site internacional Barchart. Os preços do café já estavam na defensiva desde segunda-feira, quando a Marex Spectron disse que a pandemia de Covid reduziria a demanda de café e levaria ao aumento da oferta.
"Quando temos as previsões de chuvas chegando, operadores entendem que o volume será suficiente para o desenvolvimento da safra", comenta o analista de mercado Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria. "Hoje o mercado também pode estar digerindo as informações mais pessimistas de uma quebra tão grande para o a produção de arábica", afirma.
É importante ressaltar que o retorno das chuvas não recuperam os danos nas lavouras brasileiras. Especialistas afirmam que as perdas para a safra 21 já existem, apesar de ainda não ser possível quantificar o tamanho do impacto para a próxima produção, que naturalmente já é de ciclo baixo para o Brasil.
A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou que as exportações globais de café em outubro aumentaram 3,2% para 9,672 milhões de sacas, mas as exportações globais de café de novembro a outubro caíram -3,7% para 127,495 milhões de sacas, o que também dá tom baixista para o mercado.
No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterior e também encerrou com desvalorização nas principais praças produtoras do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 4,71% em Guaxupé/MG, valendo R$ 607,00, Poços de Caldas/MG e Patrocínio/MG registraram queda de 3,23%, estabelecendo os preços por R$ 600,00. Varginha/MG teve queda de 4,62%, valendo R$ 620,00 e Franca/SP encerrou com baixa de 4,69%, negociado por R$ 610,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 4,41% em Guaxupé/MG, valendo R$ 650,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 3,65%, negociado por R$ 660,00, Patrocínio/MG registrou desvalorização de 2,99%, valendo R$ 650,00 e Varginha/MG registrou queda de 2,86%, valendo R$ 680,00.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou o dia com desvalorização para as principais referências. Janeiro/21 teve queda de US$ 18 por tonelada, valendo US$ 1383, março/21 registrou queda de US$ 17 por tonelada, negociado por US$ 1388, maio/21 teve queda de US$ 14 por tonelada, valendo US$ 1400 e julho/21 encerrou com queda de US$ 12 por tonelada, valendo US$ 1416.
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