SIC 2020: Produção de café arábica cresce 34%

Publicado em 19/11/2020 09:27

O painel de abertura da Semana Internacional do Café reuniu nesta quarta, 18, autoridades e líderes de organizações do setor para um panorama de mercado. Roberto Simões, presidente do sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), revelou que a produção de café arábica cresceu 34% em relação ao ano anterior.

O executivo também adiantou que um Centro de Excelência em Cafeicultura deve ser inaugurado na cidade de Varginha entre abril e maio do ano que vem “com foco em irradiação de conhecimento, tecnologia e inovação para todo o Brasil e até outros países”, disse. Ele ressaltou, ainda, que as pessoas estão aderindo a uma forma mais sofisticada de consumo e valorizando a qualidade, “o que abre espaço para os cafés especiais”.

Já o presidente do sistema OCEMG, Ronaldo Sucato, lembrou que se Minas fosse considerado um país, seria o maior produtor de café do mundo. “Quase 50% do café produzido no Brasil vem de Minas Gerais e 70% passam por cooperativas do estado. De cada 10 xícaras de café consumidas no país, quatro são de cooperativas e o volume de produção só cresce, acumulando alta de quase 50% nos últimos 5 anos”, disse.

A Secretária de Estado da Agricultura e Abastecimento de Minas Gerais, Ana Valentini destacou a preocupação do governo em levar ao produtor conteúdo técnico de qualidade, resultados de pesquisas, novas tecnologias e a importância dos programas de certificação e da ênfase nas rodadas de negócios. “Queremos buscar novos mercados para os cafés especiais do estado e teremos webinars com empresários do Exito, Marrocos, Kwait e Peru conhecendo nossas regiões cafeeiras e todo o nosso potencial de produção”, explicou.

Tereza Cristina Correa da Costa Dias, Ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reforçou que “o Brasil faz uma cafeicultura sustentável, com produtos de excelência e uma cadeia produtiva muito organizada”. O Governador Romeu Zema exaltou a produção de café no estado e que “o setor conta com o apoio da administração pública”.

Somando perspectivas positivas, João Martins da Silva Júnior, Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, disse que “a disposição do produtor, o avanço da qualidade e da tecnologia são maiores do que o momento desafiador” e Carlos Melles, Presidente do SEBRAE, resgatou  que o café é um “produto que fez o país sob aspectos econômicos, culturais e sociais”.

Completando o quadro de apresentações, Caio Alonso Fontes, Sócio-Fundador e Diretor da Café Editora, uma das organizadoras, comentou sobre os desafios da primeira edição 100% digital. “Temos a certeza de que a SIC é mais do que uma plataforma de conexão, mas de transformação e aceleração da cadeia do café. O formato virtual permite uma expansão, levando capacitação e negócios a mais pessoas”, comentou. Rachel Muller, Diretora da Nestlé, concordou indicando que “a potência do café é muito maior do que a limitação de não poder encontrar fisicamente e que a empresa decidiu guardar o que tem de melhor em projetos para divulgação no evento”.

Cenários macroeconômicos

Apresentada pelos jornalistas Phelipe Siani, âncora da CNN Brasil, Mariana Proença e Natália Camoleze, da Café Editora, a abertura continuou com apresentação do economista Ricardo Amorim sobre cenários macroeconômicos no Brasil e no mundo para os próximos anos com foco no agronegócio café.

Ele começou lembrando que, apesar de termos enfrentado a maior contração econômica que a humanidade já viu em um período muito curto, de dois meses, Estados Unidos e países da Europa tiveram o maior crescimento da história no segundo trimestre.

“Os dados que temos em relação à economia brasileira como um todo até setembro mostram que aqui não é diferente, com recuperação muito forte nos setores de serviços, indústria, comércio e melhor ainda no agronegócio”, diz.

Sobre um recorte mais específico no mercado de café, o economista destacou o aumento da competitividade. “Na prática a rentabilidade para o produtor brasileiro subiu significativamente por conta da alta do dólar. A competitividade do produto nacional em relação ao resto do mundo, também. Isso porque o movimento da taxa de câmbio não foi tão forte em países concorrentes como a Colômbia, por exemplo”, explicou.

Mesmo com crescimento da base e do topo da pirâmide de consumo, Ricardo pontuou dois desafios. O primeiro em relação à comunicação / marketing. “Morei nos Estados Unidos de 2001 a 2008 e sempre ouvi nas conversas sobre café os americanos associarem o produto à Colômbia, mesmo o Brasil sendo o maior exportador. Mas isso acontecia porque o nosso concorrente tinha uma campanha muito forte, que fixou esta conexão. Hoje a situação é um pouco melhor, mas ainda precisamos avançar muito”, detalhou.

Uma outra questão é a necessidade de trabalhar a “marca” Brasil. Um fator que vem ganhando importância é o Environmental, Social and Governance (ESG), referentes a questões ambientais, sociais e de governança. O economista levantou que o país tem se colocado mal neste sentido. “Protege dois terços de seu território e é o que mais preserva no mundo, mas tem uma imagem associada como grande destruidor do meio ambiente. Isso pode atrapalhar ainda mais, concluiu.

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Semana Internacional do Café

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