Café: Bolsa de Nova York avança pela segunda sessão seguida com suporte do dólar e ajustes
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a registrar alta na sessão desta quarta-feira (10). O mercado externo do grão seguiu o movimento altista da véspera em movimento de ajustes e com suporte das oscilações do dólar.
O vencimento maio/19 encerrou o dia com alta de 60 pontos, a 94,25 cents/lb e o julho/19 anotou 96,75 cents/lb com 65 pontos de ganhos. O setembro/19 anotou 99,320 cents/lb com 70 pontos positivos e o dezembro/19 registrou 103,00 cents/lb com valorização de 70 pontos.
Essa foi a segunda sessão seguida de alta no mercado do café arábica. Depois de testar mínimas de mais de 10 anos nos últimos dias, os futuros do arábica ganharam impulso técnico. O maio/19 oscilou no dia entre mínima de 93,17 cents/lb e máxima de 94,50 cents/lb.
Além das movimentações técnicas, o câmbio também impactou o mercado. "Uma cobertura de posições ocorreu no café arábica nesta quarta-feira depois que o real subiu em relação ao dólar. A força da moeda ante o dólar desencoraja exportações de produtores do Brasil", disse o site Barchart.
O dólar comercial encerrou a sessão desta quarta-feira com queda de 0,78%, cotado a R$ 3,8240 na venda, acompanhando o exterior e em alívio ante a percepção da reforma da Previdência. Segundo a Reuters, esse é o nível mais baixo do mercado desde o dia 21 de março.
O dia foi de importantes divulgações para o mercado do café, mas elas não mudaram muito o direcionamento dos preços. O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgou nesta quarta que as exportações totais do grão em março foram de 2,9 milhões de sacas, com um acréscimo de 10% ante o mesmo período do ano anterior, e receita de R$ 379,1 milhões.
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"Os resultados de exportação de café referentes ao mês de março foram muito positivos. O Brasil apresentou boa performance mesmo estando no período de entressafra, com início da colheita do café conilon que acontece em abril/maio no Espírito Santo, Bahia e Rondônia e a colheita do café arábica, em maio/junho nos demais Estados e suas devidas regiões. É importante destacar que o país registrou volumes recordes de exportação nos meses de janeiro a fevereiro", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Durante a tarde, a exportadora e importadora de café Terra Forte confirmou o deferimento de seu pedido de recuperação judicial. A medida seria uma alternativa para evitar falência com dívidas estimadas em R$ 1,05 bilhão depois de problemas com contratos de compra e venda futura de café e pelo cenário econômico no país.
A Terra Forte negociou contratos de venda futura com o grão em cerca de R$ 550,00, mas os preços atuais estão próximos de R$ 350,00.
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro seguem ocorrendo de forma lenta, mas sempre há produtores nas praças devido à necessidade de fazer caixa com vistas para a colheita da safra 2019/20. O tipo 6 duro tem subido aos poucos em algumas praças mas, no geral, segue ao redor de R$ 380,00 a saca.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 428,00 e alta de 3,13%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 0,78% e saca a R$ 381,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 396,00 e alta de 2,06%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
Na terça-feira (09), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,57 e alta de 1,08%.
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