Terra Forte anuncia recuperação judicial com dívidas de mais de R$ 1 bi; negócios futuros com café pesaram
O Grupo Terra Forte, que abrange a importadora e exportadora de café Terra Forte, teve seu pedido de recuperação deferido pela 1ª Vara Cível - Foro de Campinas. A informação foi confirmada pelo escritório que representa a empresa. A medida seria uma alternativa para evitar falência com dívidas estimadas em R$ 1,05 bilhão.
Conforme reportado no final da semana passada com exclusividade pelo Notícias Agrícolas, as quedas nos preços do café contribuíram para o cenário atual da empresa. A Terra Forte negociou contratos de venda futura com o grão em cerca de R$ 550,00, mas os preços atuais estão próximos de R$ 350,00.
"Agora, com o deferimento, a empresa tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial apontando como quitará suas dívidas e depois tem mais 180 dias para realizar uma assembleia para aprovação desse plano", disse Gabriel Freire, sócio do escritório Freire, Assis, Sakamoto e Violante Advogados, que representa a empresa.
Processo de recuperação judicial da Terra Forte - Foto: Reprodução/Tribunal de Justiça de São Paulo
Freire explica ainda que a instabilidade política e econômica no país no ano passado também contribuiu para os problemas financeiros da empresa, pois acabou elevando os passivos. Os principais credores são o Bradesco, com R$ 140 milhões, Banco do Brasil, com 120 milhões, e o Banco Cargill, com 110 milhões.
A ideia da Terra Forte é captar investimentos após o pedido, mas a venda de ativos não está descartada. "A Terra Forte não está quebrada, tanto é que ela não tem problemas crônicos trabalhistas. A medida foi tomada para proteger a atividade operacional", pondera Freire.
A Terra Forte é uma das maiores exportadoras de café do Brasil, com cerca de 2,5 milhões de sacas ao ano, segundo o site oficial. É a primeira no ranking do CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) com fatia de 6,5% de todo o café exportado pelo país.
1 comentário
Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
Com a presença de toda a cadeia produtiva, Semana Internacional do Café discute sobre os avanços e desafios da cafeicultura global
Em ano desafiador para a cafeicultura, preços firmes e consumo aquecido abrem oportunidades para o setor
Mercado cafeeiro trabalha com preços mistos no início da tarde desta 5ª feira (21)
Cooabriel fala sobre a expectativa da safra do café conilon para o Espírito Santo e Bahia
Carlos Rodrigues
Isto é o que espera a maioria dos produtores nos próximos meses ..continuam vendendo como se não existisse amanha !! as noticias são que o Brasil continua a vender de forma louca cada vez mais grão com preços inferiores!!! será que não há ninguém com capacidade de por ordem nesta bagunça do café???
A realidade é que plantaram e ainda estão plantando muito café.....varios países tambem produzem o grão...resultado: ..preços baixos, quebradeira geral entre exportadoras, cooperativas e produtores... ah!, o produtor já está frito faz tempo.....
A real causa do problema nesse cenário não é a baixa do preço da saca, mas sim a dependência do Brasil em exportar café verde. Somos apenas fornecedores de matéria-prima para uma dos mercados mais rentáveis do mundo. Precisamos reverter esse cenário ... e a solução é exportar café beneficiado com a qualidade que já temos e podemos melhorar!
Trabalhei nessa empresa (Terra Forte) há alguns anos e não é a primeira vez que entram nessa..., da primeira vez teve investimento do João Faria pra sair da lama, e agora conseguiram afundar o próprio..., sei que problema não é de longe somente a baixa do café, tem outros fatores envolvidos -- o que acho até muito mais grave! Infelizmente quem deveria ficar rico, já ficou! O problema que vão deixar essa conta para o lado mais fraco, com quem, aliás, nunca se importaram.