Café arábica encerra sessão desta 6ª com leve alta na Bolsa de NY, mas com perdas de 4,53% na semana
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (15) com leve alta. O mercado externo passou por movimento de acomodação técnica durante o dia e também seguiu a queda do dólar ante o real. Na semana, houve queda acumulada de 4,53%
O vencimento março/19 fechou o dia com alta de 10 pontos, a 97,95 cents/lb e o maio/19 anotou 101,65 cents/lb com 20 pontos de avanço. Já o contrato julho/19 registrou 25 pontos de ganhos, cotado a 104,30 cents/lb e o setembro/19 subiu 25 pontos, a 107,00 cents/lb.
Depois de quedas consecutivas, o mercado do arábica testou acomodação técnica na sessão desta sexta-feira. O vencimento referência chegou a ficar abaixo de US$ 1 por libra-peso acompanhando as oscilações do câmbio e as chuvas no cinturão produtivo do Brasil.
"Para quem realmente opera com café, seja produzindo ou industrializando, esses preços não têm muito sentido", disse na véspera o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes. Os próximos meses serão decisivos para a safra 2019/20.
No entanto, desde o início dos trabalhos desta sexta-feira ajustes passaram a ser vistos e o dólar também contribuiu para os ganhos do mercado. Ainda assim, o contrato março/19 não se recuperou e fechou a semana na casa dos 97 cents por libra-peso.
"O real subiu para uma alta de 1 semana contra o dólar, o que desencoraja as exportações dos produtores de café do Brasil", destacou o site internacional Barchart. O país é o maior produtor e exportador de café do mundo e sente diretamente as oscilações cambiais.
O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira com queda de 0,97%, a R$ 3,7037 na venda, apesar de testar mínima de R$ 3,7002. Investidores estavam mais otimistas após a divulgação de partes do texto da reforma da Previdência, além do progresso nas negociações entre China e Estados Unidos.
"A maior parte (da queda do dólar) se deve ao cenário interno. A declaração sobre a reforma da Previdência e o fato de que está mais próximo dela (a proposta) ser apresentada trouxe otimismo", disse para agência Reuters o gerente de tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) reportou nesta terça-feira que os embarques totais de café do Brasil em janeiro totalizaram 3,28 milhões de sacas, um volume 20,8% superior ao mesmo período de 2018. A receita cambial chegou a US$ 439 milhões.
Mercado interno
O mercado brasileiro seguiu na semana impactado pelas oscilações externas e apresentando queda ou preços estáveis. Com isso, os negócios continuam bastante lentos. Ainda assim, segundo Carvalhaes, em um país como o Brasil algumas transações sempre são fechadas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 430,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 0,70% e saca a R$ 424,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 410,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,76% e saca a R$ 394,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A maior oscilação no dia foi em Patrocínio (MG) com alta de 1,28% e saca cotada a R$ 395,00.
Na sexta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 405,12 e queda de 0,86%.
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