Café: Bolsa de NY encerra sessão desta 4ª feira com alta de mais de 100 pts com câmbio e ajustes
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (19) com alta de mais de 100 pontos. O mercado externo do grão teve suporte técnico depois de cair forte nas últimas sessões acompanhando informações sobre a oferta do grão e câmbio.
O vencimento março/19 encerrou o dia com alta de 145 pontos, a 100,85 cents/lb e o maio/19 teve avanço de 135 pontos, cotado a 104,00 cents/lb. Já o contrato julho/19 registrou na sessão 106,80 cents/lb com valorização de 140 pontos e o setembro/19 registrou 109,50 cents/lb e 140 pontos de ganhos.
O mercado oscilou dos dois lados da tabela durante esta quarta-feira, mas a alta acabou prevalecendo depois de o vencimento referência chegar a trabalhar abaixo do patamar de US$ 1,00 por libra-peso. Além dos ajustes na sessão, as cotações também tiveram suporte da desvalorização do dólar ante o real.
"O café em Nova York está em formação no gráfico diário. O ideal seria fechar hoje ou nos próximos dias acima de 102,50 para buscarmos 104, 107, 110, 115 e 118 cents/lb", disse durante a tarde o analista gráfico João Santaella. Antes desta quarta, o arábica vinha de três sessões seguidas no vermelho.
Além do movimento de acomodação, o mercado do arábica também sentiu suporte do câmbio durante o dia, com o dólar em valorização ante o real. A moeda avançou 0,73%, cotada a R$ 3,8727 na venda, à espera de divulgações do Fed (Federal Reserve). O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou na terça-feira que a safra brasileira 2018/19 deve totalizar 61,7 milhões de sacas de 60 kg, um recorde na série histórica do grão no país. A produção apontada, inclusive, supera em cerca de 10 milhões de sacas o melhor desempenho já registrado.
"O bom resultado deve-se às condições climáticas favoráveis, proporcionando boas floradas, à melhoria do pacote tecnológico, com o uso de variedades mais produtivas como as plantas clonais em Rondônia e Mato Grosso, além da bienalidade positiva, sobretudo em lavouras da espécie arábica", disse a companhia.
Os dados da Conab corroboraram com os apontados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na última sexta-feira (14), que aponta que a oferta global de café superará 10,9 milhões de sacas. O salto foi relacionado ao Brasil, com safra estimada em 60,2 milhões de sacas, também um recorde.
Mercado interno
A proximidade do final do ano e as quedas externas mantiveram as praças brasileiras sem muitos negócios. "Em média houve uma diferença de 20 reais entre as ofertas dos compradores e o preço pedido pelos cafeicultores que colocaram lotes no mercado", destacou na última sexta-feira o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 443,00 – estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,23% e saca a R$ 441,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 420,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 0,25% e saca a R$ 406,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com desvalorização de 2,41% e saca a R$ 405,00.
Na terça-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 413,37 e queda de 0,28%.
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