Café: Cotações do arábica encerram sessão desta 4ª com leve alta na Bolsa de Nova York e recuperam perdas
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (12) com alta de cerca de 50 pontos nos principais vencimentos. O mercado acompanhou a forte queda do dólar ante o real na sessão e realizou ajustes.
O contrato março/19 encerrou o dia com alta de 70 pontos, a 103,05 cents/lb e o maio/19 teve avabço de 50 pontos, cotado a 106,19 cents/lb. Já o contrato julho/19 registrou 108,80 cents/lb com valorização de 45 pontos. Esses ganhos revertem parte das perdas da véspera.
Em ajustes técnicos, desde o início dos trabalhos desta quarta-feira, o mercado do arábica trabalhou do lado azul da tabela depois de recuar mais de 200 pontos na última sessão. No entanto, durante o dia, o câmbio passou a oscilar forte e deu importante suporte às cotações.
O dólar comercial encerrou a sessão com queda de 1,74%, a R$ 3,8524 na venda, com alívio das tensões entre Estados Unidos e China. A moeda mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity, mas em compensação dá suporte aos preços externos.
"O noticiário internacional abriu espaço para muitos investidores estrangeiros diminuírem parte da sua posição comprada (que aposta na alta) em dólar, o que garantiu o forte recuo da moeda no Brasil", explicou para a agência Reuters um profissional de corretora brasileira.
Apesar da alta, o mercado também acompanhou as divulgações do Brasil, maior produtor e exportador do mundo. Eduardo Carvalhaes, analista do Escritório Carvalhaes, destacou que a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de produção de 59,6 milhões de sacas de 60 kg já estava sendo acompanhada.
De acordo com o analista, com a crise climática dos últimos três anos, o Brasil esgotou seus estoques de café, embora haja a safra recorde, reforçada pelos dados do IBGE de ontem. O consumo interno é crescente, bem como as exportações caminham bem - em novembro, foram em torno de 3,7 milhões de sacas exportadas.
Ainda na véspera, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) reportou no dia que as exportações do grão em novembro totalizaram 3,68 milhões de sacas de 60 kg. O volume foi 24,4% superior ao total de sacas exportado no mesmo mês de 2017, quando o país exportou 2,96 milhões de sacas. A receita cambial chegou a US$ 485 milhões.
Mercado interno
Os negócios no Brasil seguem bastante lentos diante das recentes baixas no terminal externo do arábica. "As desvalorizações do café no mercado internacional nos últimos dias pressionaram os valores internos do arábica e do robusta, o que manteve os agentes afastados das negociações", destacou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 460,00 - estável. A maior oscilação foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 1,33% e saca a R$ 446,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (MG) com saca a R$ 425,00 e queda de 1,16%. A maior oscilação foi registrada em Varginha (MG) que recuou 3,53%, a R$ 410,00 a saca.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 4,60% e saca a R$ 415,00.
Na terça-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 419,85 e queda de 1,81%.
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