Café: Baixo pegamento das floradas preocupa produtores mineiros com safra 2019/20
A safra 2018/19 de café do Brasil ainda está em comercialização. Nas lavouras, no entanto, as plantações estão em desenvolvimento para a próxima temporada. Produtores de cidades pontuais no Sul de Minas Gerais estão preocupados com o baixo pegamento das floradas.
"As lavouras mais velhas tiveram desfolha grande nos últimos meses e o pegamento está bem fraco. Não sei se foi por conta de estresse hídrico ou outro fenômeno, como as chuvas no período de florada", afirma Alexandre Maroti, produtor de Nova Resende (MG).
O cafeicultor ressalta que as plantações mais novas não apresentam o baixo pegamento dos chumbinhos – estágio anterior à formação dos frutos. "Esperava condição melhor. As plantas estão muito desuniformes e também há broca do café", afirma Maroti.
Em Carmo do Rio Claro, a broca do café também causa preocupação. Algumas áreas não conseguiram terminar as varrições e em outras houve uma antecipação de granação, emendando uma safra na outra", afirma o cafeicultor Roberto Ticolat.
As primeiras floradas do café da safra 2019/20 foram registradas em áreas do cinturão brasileiro durante o mês de agosto, mas ainda eram pontuais. Durante o mês de setembro é mais lavouras receberam a condição e que a principal florada foi vista no país.
"Esta será uma safra menor, tendo em vista que a última foi bem grande. Apesar de uma florada menor, o pegamento tem sido bom no geral. Neste ano ocorreram várias floradas, nós já estamos em novembro e tem lavouras que ainda estão florindo", afirma Lucas Bartelega, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé.
No próximo ano, a safra de café será de bienalidade negativa na maioria das regiões produtoras após a colheita recente. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a safra de café do Brasil neste ano totalize 59,9 milhões de sacas, um recorde.
"O próximo ano será de safra menor. Acredito que 20% no arábica, porém teremos um crescimento expressivo na colheita de conilon. Deveremos ter uma safra total menor que a deste ano, porém suficiente para atender a demanda", afirma Ticolat.
"A safra do ano que vem já era menor e agora será pior ainda", destaca Maroti. Apesar da preocupação nas origens, o mercado externo do arábica recua nesta quinta-feira (08). Às 10h45, o vencimento dezembro/18 recuava 65 pontos, a 114,95 cents/b, na Bolsa de Nova York (ICE Futures US).
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