Café: Bolsa de Nova York encerra semana com alta acumulada próxima de 4% e volta a US$ 1,20/lb

Publicado em 27/04/2018 17:47

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O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com alta de cerca de 4% nos principais vencimentos. Com essa valorização, os principais vencimentos voltaram ao patamar de US$ 1,20 por libra-peso após chegar às mínimas de mais de dois anos na semana passada. Essencialmente, as cotações tiveram suporte do câmbio e fatores técnicos.

No mercado interno, os negócios com café arábica continuaram bastante lentos diante dos baixos preços praticados e com produtores mais atentos diante da proximidade da colheita. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão desta sexta-feira (27), o vencimento maio/18 registrou 120,35 cents/lb com alta de 275 pontos e o julho/18 anotou 122,40 cents/lb com avanço de 275 pontos. Já o contrato setembro/18 fechou o dia com 124,45 cents/lb e valorização de 270 pontos e o dezembro/18, mais distante, avançou 265 pontos, fechando a 127,90 cents/lb. Essa foi a segunda sessão consecutiva de alta.

Depois de se aproximar de US$ 1,15/lb, o arábica reagiu com suporte de fatores técnicos. Os ganhos acumulados dos últimos dias são os maiores de uma segunda posição desde dezembro de 2017. "Estamos ouvindo que as pessoas não estão interessadas em vender. [O mercado] pode estar no piso", disse para a Reuters internacional Peter Mooses, estrategista sênior de mercado da RJO Futures.

O câmbio também ofereceu suporte importante aos preços nos últimos dias. Nesta sexta-feira, o dólar comercial encerrou a sessão com queda de 0,42%, a R$ 3,4621 na venda, após a divulgação de dados sobre a economia norte-americana. No entanto, fechou a semana com ganhos em meio aos recentes temores de que os juros nos Estados Unidos poderiam subir mais do que o esperado. A divisa impacta diretamente nas exportações.

"O consumo foi fraco, apesar do PIB (Produto Interno Bruto) mais forte. Vamos precisar de mais pistas para justificar as apostas de mais juros", afirmou para a Reuters o gerente de câmbio do Grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Do lado negativo, pesou durante a semana novas informações sobre o desenvolvimento da safra 2018/19 do Brasil diante da proximidade da colheita. "O sentimento do mercado continua a ser impactado pela percepção negativa de excedente na oferta global de café para o segundo semestre deste ano e para o próximo ano", completou em informativo a trader sul-africana I&M Smith.

As previsões otimistas para a safra brasileira ocorrem em um cenário de bienalidade positiva para a maioria das lavouras, com recuperação na safra de conilon no Espírito Santo e melhores condições climáticas. O país é o maior produtor e exportador da commodity no mundo e estimativas privadas chegam a apontar produção de até 60 milhões de sacas de 60 kg no país.

De acordo com os principais institutos meteorológicos, as chuvas nos próximos dias seguem concentradas sobre o Norte e Nordeste do país e o tempo fica aberto nas outras regiões. As áreas de café, no entanto, não apresentam até o momento níveis de umidade que preocupem. Na próxima semana, uma frente fria chega ao Sul com potencial de alcançar outras regiões do país.

A última previsão da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) prevê a safra de café do Brasil entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano. A atualização desses números será feita em 17 de maio.

Mercado interno

Os negócios com café seguiram lentos durante a semana nas praças de comercialização do Brasil diante de baixos preços e com produtores mais atentos com os preparativos para a colheita. "Apenas alguns poucos negócios envolvendo grãos remanescentes, especialmente mais finos, foram observados nos últimos dias. No geral, contudo, muitos agentes estão retraídos, à espera da colheita da safra 2018/19", disse em nota nesta quarta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Poços de Caldas (MG) com alta de 4,43% (R$ 20,00) e saca a R$ 471,00. A praça de Guaxupé (MG) teve o maior valor de negociação no período saca a R$ 492,00 e avanço de 3,58% (R$ 17,00).

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com valorização de 5,62% (R$ 25,00) e saca a R$ 470,00. A cidade teve o maior valor de negociação no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Franca (SP) com alta de 5,75% (R$ 25,00) e saca a R$ 460,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Franca (SP) (+5,75%) e Guaxupé (MG) (+4,07%), ambas com saca a R$ 460,00.

Na quinta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 437,32 e alta de 0,16%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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